Manuel Damásio vai ser ouvido na acção benfiquista contra Vale e Azevedo

Manuel Damásio, presidente do Benfica de 1994 a 1997, vai ser inquirido no âmbito do processo movido pelo clube a Vale e Avezedo e ao empresário Paulo Barbosa, acusados de alegado desvio de um milhão de euros.
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Depois da audição de ontem a Hélder Cristovão, que actuou no Benfica de 1992 a 1996 e de 2002 a 2004, a juíza do processo em fase de inquérito no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa considerou relevante ouvir Manuel Damásio, para que o antigo presidente esclareça como eram feitos determinados pagamentos no clube.

Hélder Cristovão acabou por ser dispensado pela juíza por nunca ter sido representado por Paulo Barbosa, mas pelo empresário José Veiga, envolvido na transferência do defesa para o clube espanhol Deportivo Corunha.

O antigo jogador foi indicado pelo Benfica dada a existência de uma factura em que figura somente o nome Hélder, emitida pela Salva Financial Services, representada em Portugal por Paulo Barbosa, referente ao agenciamento do jogador Hélder Ramos, formado nas escolas do clube.

À saída do TIC, Hélder Cristovão, retirado no final da época de 2005/06, afirmou "não saber" por que razão foi indicado como testemunha, tendo faltado à inquirição de 14 de Janeiro, pelo qual foi multado em 192 euros.

Também Rui Baião, vinculado ao Benfica de 1999 a 2002, esteve ontem no TIC para ser ouvido, limitando-se a declarar, após audição de cerca de meia hora, que prestou "todos os esclarecimentos".

Jorge Ribeiro, igualmente ausente na inquirição de 14 de Janeiro, voltou a não comparecer ontem no TIC, mas, alegadamente, o jogador do Benfica não foi notificado, devendo ser convocado para a sessão calendarizada para 17 de Fevereiro.

A acção judicial foi colocada pelo Benfica em Abril de 2005, com o fundamento da existência de um conluio entre Vale e Azevedo, presidente do clube entre 1997 e 2000, e o empresário Paulo Barbosa, acusados de se apropriarem de verbas resultantes de transferências de jogadores.

O empresário, representante em Portugal da empresa Salva Financial Services, era credor do Benfica em 1,5 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros ao câmbio actual) pelas transferências de 17 jogadores.

Para receber as verbas que alegadamente lhe eram devidas, Paulo Barbosa apresentou facturas comprovativas de transferências realizadas na sua maioria durante a presidência de Manuel Damásio e avalizadas pelo então responsável pelo futebol do Benfica, António Figueiredo.

O processo acabou por ser arquivado em Outubro de 2008 pela 8ª Secção do DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) de Lisboa, mas o Benfica requereu a abertura da instrução para que fossem ouvidos alguns dos jogadores envolvidos, entre os quais Jorge Ribeiro, Maniche (que depôs em 16 de Dezembro), Rui Baião, Jorge Cadete e Bruno Basto.

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