"Tenho mantido silêncio por dever institucional, e por entender que, como Presidente do Conselho de Administração (PCA), devo reservar a minha intervenção para os espaços próprios. Os desenvolvimentos conhecidos levam-me a tomar uma posição pública sobre a saída da TAP da ex-administradora Alexandra Reis.".Assim começa um post curto de Manuel Beja, chairman que o governo escolheu para a TAP quando decidiu não renovar com Miguel Frasquilho. E que na tarde desta segunda-feira foi demitido, com o ministro das Finanças, Fernando Medina, a anunciar a decisão de decapitar a liderança da companhia, na sequência das conclusões do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) à indemnização de Alexandra Reis..Recorde-se que a IGF considerou haver irregularidades na decisão de pagar 500 mil euros à ex-administradora, que poucas semanas após sair da TAP foi escolhida para liderar a NAV e, de seguida, para integrar o gabinete de Medina como secretária de Estado. Comprovando-se a irregularidade do pagamento aquando da saída de Alexandra Reis da TAP, o governo decidiu demitir a CEO e o chairman, que assinaram o documento. Agora, Manuel Beja quebra o silêncio, garantindo ter tentado segurar Alexandra Reis. E mais, diz que esse caso é demonstrativo de problemas maiores ao nível da gestão.."Esta saída, que tentei sem sucesso evitar, reflete problemas de governança na empresa", frisa, numa publicação na sua página de LinkedIn.."No entanto, foi aprovada pelo acionista, nesta matéria representado pela tutela setorial. A partir do momento em que essa indicação foi dada pelo representante do acionista, numa matéria que é da exclusiva responsabilidade deste, entendi que era minha responsabilidade fiduciária, como PCA, dar-lhe sequência, tendo presente a racionalidade económica apresentada e a legalidade confirmada pela sociedade de advogados contratada para o efeito, através da Presidente da Comissão Executiva. Foi assim, de boa-fé e segundo a instrução da tutela, que cumpri o meu dever de lealdade na implementação de uma decisão (a composição do CA) que é legitimamente tomada pelo acionista.".Conclui Manuel Beja, cuja saída foi já anunciada pelo governo, que esse o conselho jurídico "recebido e executado de boa-fé teve erros".