Manifesto de sociais-democratas contra a "cartilha tecnocrática"
É um manifesto que recusa cair na "cartilha tecnocrática outra vez" e quer "pensar" o PSD. Com Sá Carneiro a receber o visitante do site do "Manifesto PSD 2017 Nós, Sociais-Democratas" (colocado online às 17.00, antes do anúncio de Rui Rio previsto para as 18.00), os dois primeiros subscritores são Nuno Freitas e José Eduardo Martins, dois antigos dirigentes do PSD e da JSD, que defendem a necessidade de "recuperar os valores da democracia".
Recuperar aqueles valores significa "em primeiro lugar, reafirmar a existência de uma capacidade de julgar e decidir, que é a de todos, frente a essa monopolização (do Estado). É também reafirmar a necessidade de que essa capacidade seja exercida através de instituições próprias, distintas do Estado". E rematam: "A primeira virtude democrática é essa virtude da confiança na capacidade de qualquer um (Rancière, 2012)."
Estes valores são depois concretizados com diferentes palavras-chave, antecedida da palavra "nós" e o símbolo de hashtag:
Nós, um povo
Por um Partido orgulhoso de Portugal, da sua cultura e da língua portuguesa;
Nós, cidadãos
Por um Partido amante da liberdade entre cidadãos iguais que cuidam do bem comum;
Nós, pessoa humana
Por um Partido que dignifica a vida humana e a pessoa concreta no seu mérito com equidade e justiça social, colocando a economia ao serviço da pessoa e não a pessoa ao serviço da economia;
# Nós, desenvolvimento humano
Por um Partido com políticas de desenvolvimento social, económico e cultural ao serviço das pessoas, das famílias e das comunidades locais e regionais. Um desenvolvimento centrado nas pessoas e não nos objectos com o crescimento económico subjugado ao desenvolvimento humano;
# Nós, inovadores
Por um Partido que incorpora boas práticas na sua acção política e nas políticas públicas, apoiando e dinamizando a capacidade de criação de valor local e global a partir da livre iniciativa da sociedade, tornando o Estado suficiente e não só eficiente;
# Nós, criadores
Por um Partido positivo, aberto à mudança e à inteligência crítica sem demónios apocalípticos à espreita nem velhos do Restelo, conhecedor das dinâmicas e indústrias mais criativas num eco-sistema de relações e serviços que não se esgota na economia;
Nós, cuidadores
Por um Partido que cuida da melhor saúde para cada pessoa, reforçando os meios de promoção do bem-estar e combate à doença no sector público, privado ou social, promotor da ciência e da investigação científico-tecnológica que sirvam as necessidades humanas sem novas exclusões ou explorações do ser humano;
Nós, exigentes
Por um Partido de rigor e exigência, atento a todos os níveis de educação e formação ao longo da vida, com diferenciação dos percursos e oferta educacional e busca da excelência na educação, na ciência e na investigação, motivando permanentemente os educadores e professores de todos os graus de ensino;
# Nós, ao serviço
Por um Partido de humildes, ao serviço dos que mais precisam, dos que trabalham e dos que estão por nascer, com empatia humana e intergeracional;
Nós, sociais-democratas
Por um Partido reformista e humanista, sem grilhetas comunistas ou socialistas, com a visão contemporânea de uma sociedade justa e equitativa de pessoas livres, em reflexão contínua sobre as necessidades humanas numa biosfera finita que importa preservar e equilibrar aceitando que o crescimento permanente é impossível."