Manifestantes em Brasília dizem querer "salvar o Brasil"
"O nosso objetivo é tomar os três poderes, as sedes do executivo, o legislativo e o judiciário", contou Alexander, um jovem de 27 anos residente numa zona periférica de Brasília.
O jovem brasileiro disse ainda que este dia já estava a ser preparado há muito e que por isso a sua mãe e o seu pai chegaram no sábado para se juntarem a si "no grande dia".
"O nosso objetivo é a desordem", por isso "estamos quebrando tudo", disse à Lusa Priscila, que já se encontrava nos jardins no Palácio do Planalto, muito perto da rampa que Lula da Silva subiu há uma semana para se tornar o 39.º Presidente do Brasil.
Alexandre afirmou ainda que não tem receio da polícia, porque a impressão que é de que as autoridades "são patriotas e estão com o povo".
"Eu creio que a polícia esteja com o povo, salvo alguns policiais que são comunistas", frisou.
"Se houver uma convulsão social pode ser acionada a garantia da lei da ordem" e os militares tomam o poder, considerou.
Manifestantes apoiantes de Bolsonaro invadiram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sede do legislativo, executivo e do judiciário, num protesto violento na capital do Brasil.
A invasão começou depois de apoiantes radicais da extrema-direita brasileira apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições em outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Apesar de a polícia militar de Brasília ter colocado barreiras de proteção, os "bolsonaristas" avançaram e furaram o cerco policial. Há imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, e dentro e fora no Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes da invasão, o ministro da Justiça do Brasil, Flávio Dino, afirmou ter conversado com governadores sobre as convocações dos protestos de "bolsonaristas" e disse esperar que a polícia não necessitasse de agir para conter atos violentos desses grupos.
Há imagens da barreira dos polícias na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a ser "furada" pelos manifestantes vestidos de verde e amarelo. Os "bolsonaristas" arrancaram grades para entrar na Praça dos Três Poderes enquanto os agentes tentavam contê-los com 'spray' de gás pimenta.
A invasão no Congresso brasileiro lembra um ato semelhante ocorrido nos Estados Unidos da América por extremistas que apoiavam então o ex-presidente Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 06 de janeiro de 2021.
Há informações de que cerca de quatro mil "bolsonaristas" chegaram a Brasília para este ato, convocados nas redes sociais por grupos de extrema-direita.