Mamíferos levam 21 segundos a urinar

Num artigo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências (PNAS), uma equipa americana de físicos e biólogos revelou uma lei universal sobre o tempo que os mamíferos demoram a urinar: demoram em média 21 segundos para esvaziar a bexiga.
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Ao observar vacas, cachorros, elefantes, cabras e ratos, os investigadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta (EUA), concluíram que os animais de todas as formas e tamanhos, machos e fêmeas, levaram aproximadamente a mesma quantidade de tempo para esvaziarem as suas bexigas.

A equipa recorreu a uma câmara de alta velocidade para filmar mais de trinta espécies diferentes durante o processo de esvaziamento das suas bexigas cheias e tentaram explicar o fenómeno. Além disso, tiveram também em consideração dados como a massa corporal, a força da gravidade, a pressão da bexiga e o tamanho da uretra das diferentes espécies, para assim desenvolverem um modelo matemático do sistema urinário que explicasse porque os mamíferos levam em média 21 segundos para urinar.

De acordo com os estudos, a resposta está no tamanho. O elefante, por exemplo, apesar de ter um volume muito maior de urina, possui também uma uretra longa (cerca de um metro) e larga (com um diâmetro de 10 centímetros). Como a urina leva um certo tempo para ganhar velocidade (devido à ação da gravidade), ao navegar na longa uretra do elefante, o líquido sai mais rápido. Em animais de pequeno porte, perde-se essa velocidade, que acaba por ser compensada pelo menor volume, logo levam o mesmo tempo.

A constância da duração de micção é surpreendente e difícil de interpretar biologicamente. No entanto, esta não é a primeira vez que os biólogos observam situações deste tipo. Por exemplo, a maioria dos mamíferos tem, em média, o mesmo número de batidas do coração (entre 500 milhões e um bilião), durante toda a sua vida. Já o coração humano, durante os anos que dura em média uma vida, bate mais de 2,5 bilhões de vezes, a um ritmo médio de 70 pulsações por minuto.

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