Malick, onde estás tu?

Cavaleiro de Copas, Terrence Malick
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Onde está o grandioso cineasta de Noivos Sangrentos (1973), A Barreira Invisível (1998) ou A Árvore da Vida (2011)? Uma pergunta tão existencial quanto aquelas que são semeadas nos seus dois últimos filmes, pairando numa voz off, sem terreno fértil para assentar ou sequer brotar em nós. Terrence Malick (e custam-me horrores estas palavras) tornou-se uma imitação barata de si próprio, levando aquilo que era absolutamente transcendente e essencial no seu cinema - através da matéria mais concreta da vida - para um nível em que a ligação ao espetador se tornou oca. Toda a montagem visual de Cavaleiro de Copas, embora ornamentada de uma magnífica banda sonora, resvala para a dolorosa consciência de um grande anúncio publicitário...

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Christian Bale é Rick, um escritor que divaga pelos dramas do seu contexto familiar, ao mesmo tempo que deles procura libertar-se através das mulheres e de uma vida leviana, superficial. Se Malick fosse capaz de descer novamente à terra para, com os pés bem assentes, falar-nos da cosmicidade que se liberta nesta dor individual, então teríamos um filme venerável.

Classificação: **

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