Malásia entrega corpo do meio-irmão de Kim Jong-un à Coreia do Norte

Kim Jong-nam foi morto no mês passado no aeroporto de Kuala Lumpur, com um gás letal
Publicado a
Atualizado a

O primeiro-ministro da Malásia anunciou esta quinta-feira que vai libertar o corpo de Kim Jong-nan, o meio irmão de Kim Jong-un - líder do regime norte-coreano - que foi assassinado em Kuala Lumpur, para o entregar à Coreia do Norte.

O homicídio levou a uma disputa entre a Malásia e a Coreia do Norte, que parece agora ter ficado sanada: segundo Najib Razak, o primeiro-ministro malaio, os nove cidadãos naturais da Malásia que tinham sido impedidos de sair da Coreia do Norte vão poder regressar a casa, e os norte-coreanos retidos na Malásia poderão fazer o mesmo.

Num comunicado, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, adiantou que vão regressar ao seu país os nove cidadãos da Malásia retidos pelas autoridades norte-coreanas em Pyongyang desde o início da querela diplomática sobre a morte de Kim Jong-nam.

"(...) Após a conclusão da autópsia do morto e o recebimento de uma carta da sua família pedindo que os restos fossem devolvidos à Coreia do Norte, o médico legista aprovou a libertação do corpo", lê-se no comunicado.

A morte de Kim Jong-nam desencadeou uma disputa diplomática entre a Malásia e a Coreia do Norte.

Pyongyang contestou a afirmação das autoridades malaias de que a vítima de homicídio por envenenamento com o agente nervoso VX no aeroporto de Kuala Lumpur realizado por duas mulheres no passado dia 13 de fevereiro era o meio-irmão do líder coreano Kim Jong-nam, insistindo tratar-se do cidadão Kim Chol, cuja morte se deveria a um ataque cardíaco.

A Coreia do Norte acusou ainda as autoridades malaias de conspirarem contra o país, juntamente com a Coreia do Sul e com os Estados Unidos.

Kim Jong-nam nasceu em 1971 da relação entre o antigo líder norte-coreano Kim Jong-il e a atriz Song Hye-rim. Chegou a ser considerado como o melhor posicionado para suceder ao pai, mas caiu em desgraça em 2001, depois de ser detido no Japão com um passaporte dominicano.

Nos últimos anos viveu exilado na China e em 2012 atraiu as atenções pelas suas críticas a Pyongyang e ao sistema de sucessão do poder norte-coreano.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt