Número de imigrantes com autorização de residência ultrapassou um milhão
É um recorde histórico: pela primeira vez o número de migrantes com autorização de residência ultrapassou a fasquia de um milhão.
De acordo com dados oficiais divulgados esta quinta-feira pelo Ministério da Administração Interna, foram concedidos este ano 306 mil novos vistos de residência o que, somados aos 781 915 registados em 2022, resulta em 1 087 995 - mais de um milhão.
Este número é, porém, ainda superior se juntarmos as 154 mil autorizações de residência CPLP e os cerca de 60 mil vistos de proteção temporária a cidadãos ucranianos, ou seja, perto de 1,3 milhões de cidadãos estrangeiros já vivem legalmente em Portugal. Este aumento significativo de novas autorizações - mais do dobro das concedidas no ano passado - veio também alterar o "top 10" das nacionalidades mais representativas.
Assim, o Brasil continua a liderar, isolado, com 400 759; seguido da Ucrânia (77 680); do Reino Unido (56 983); de Angola (55 983); da Cabo Verde (54 335); da Índia (47 558); da Itália (30 914); da Guiné Bissau (36 036); da França (30 656); e do Nepal (30 366).
Segundo uma apresentação feita hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que vai ser extinto no domingo, são 292.000 as manifestações de interesse formalizadas junto do SEF por cidadãos estrangeiros para obtenção de uma autorização de residência em Portugal, sendo um pedido feito através da plataforma eletrónica do Sistema Automático de Pré-Agendamento (SAPA).
O SEF avançou que a média diária de apresentação de uma manifestação de interesse no portal SAPA é de 1000 pedidos.
Os dados foram apresentados durante uma visita do ministro da Administração Interna ao aeroporto de Lisboa quando falta dois dias para entrar em funções a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que vai suceder ao SEF nas funções administrativas de emissão de documentos para estrangeiros.
O diretor do SEF, Paulo Batista, reconheceu a "herança pesada" do SEF, mas destacou o trabalho feito este ano, sublinhando que "nunca foram emitidos tantos novos título de residência".