Mais de mil refugiados do Índico retidos em centros um ano após abandono por traficantes
Mais de mil refugiados continuam retidos em centros de detenção ou abrigos na Malásia, Tailândia e Indonésia um ano depois de ali desembarcarem após serem abandonados por traficantes no Oceano Índico, informam fontes oficiais.
Dos 5.543 bengalis e rohingyas, minoria muçulmana birmanesa, que partiram no ano passado do Bangladesh e da Birmânia, 1.132 permaneciam, no final de abril, nesses três países, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A maioria dos que continuam retidos são rohingyas, minoria que foge de perseguição na Birmânia, onde as autoridades não lhes reconhecem cidadania.
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Pelo menos 2.646 cidadãos do Bangladesh que durante maio de 2015 desembarcaram na Malásia, Tailândia, Indonésia e Birmânia foram repatriados, indicou a OIM no seu último relatório.
O maior contingente deste grupo de imigrantes ilegais encontra-se na Malásia, onde permanece o regime de detenção de 456 dos 1.107 que chegaram em duas embarcações.
Na Indonésia, onde chegaram 1.807 imigrantes, 285 estão alojados em cinco campos de refugiados nas províncias de Aceh e Sumatra do Norte, ambas a norte da ilha de Sumatra.
Na Tailândia, a OIM indicou que assiste 372 rohingya e 19 bengalis, 58% dos quais são mulheres e crianças, que estão em diferentes centros de detenção.
Os imigrantes ilegais chegaram a terra em maio de 2015 após serem abandonados em alto mar por máfias, pressionadas por uma campanha contra o tráfico de pessoas na Tailândia e na Malásia.
A operação foi desencadeada após terem sido encontradas valas comuns e campos clandestinos na selva que faz fronteira entre os dois países, onde os traficantes retinham os imigrantes até estes pagarem para poderem chegar à Malásia, o seu destino final.
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