"Vai ser um dia muito complicado, de muito trabalho para garantir que o incêndio não afeta mais área que já afetou", admitiu, esta terça-feira, o comandante nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), André Fernandes, sobre o fogo na serra da Estrela, que está a ser combatido por mais de mil operacionais, apoiados por mais de três centenas de viaturas..O comandante nacional refere que a previsão meteorológica para esta terça-feira "é desfavorável ao combate" às chamas, uma vez que se espera "vento forte e uma baixa humidade relativa do ar". No briefing, que decorreu no final da manhã desta terça-feira, André Fernandes indicou que, até ao momento, há a registar 19 feridos ligeiros, três feridos graves e 25 pessoas foram assistidas num incêndio que tem três frentes ativas que estão a preocupar as autoridades. "Nenhum dos feridos graves corre risco de vida", declarou na sede nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, no concelho de Oeiras..Entre ontem e hoje, "45 pessoas tiveram que ser deslocadas das suas habitações", disse o comandante nacional da Proteção Civil, dando ainda conta de danos registados numa casa de primeira habitação e noutra de segunda habitação, ambas em Vale Formoso, concelho da Covilhã..O incêndio, cujo primeiro alerta foi dado na madrugada do dia 6, mas que reativou esta segunda-feira, atinge os municípios de Manteigas, Covilhã e da Guarda. A combater as chamas estavam, às 12:43 desta terça-feira, 1140 operacionais, apoiados por 345 viaturas e 11 meios aéreos.."Houve três ignições em simultâneo, pode ter sido ou não um reacendimento, vai ser apurado. Tudo o que é maquinaria e recursos disponíveis estão a ser aplicados. Garantiu-se a integridade física dos civis e combatentes e minimizou-se o património afetado", acrescentou o comandante nacional, referindo a necessidade de "continuar as manobras de estabilização"..Anteriormente, o comandante regional da Proteção Civil do Centro, António Ribeiro falava em três frentes ativas. "A de Sarzedo, na zona de Carvalheira, ainda está desfavorável, com muito trabalho a ser feito. Temos outra mais a norte, em Seixo Amarelo, e outra em Vale Amieiro. Contamos atingir os nossos objetivos nesse trabalho que está a ser desenvolvido", afirmou esta manhã o responsável em declarações à SIC Notícias..O comandante regional referiu que são zonas localizadas "em vales encaixados", pelo que " o trabalho está a ser feito com apoio de maquinaria pesada", além de meios de combate direto..Os habitantes de povoações do concelho da Guarda estavam, entretanto, na manhã desta terça-feira, a regressar às suas casas, que tiveram de abandonar devido ao incêndio na serra da Estrela, disse à Lusa o presidente da Câmara, Sérgio Costa.."Hoje de manhã, a situação acordou mais calma aqui no concelho da Guarda. As pessoas estão gradualmente a regressar às suas casas, desde que haja condições de segurança para tal", explicou..Segundo o autarca, as chamas obrigaram "algumas centenas de pessoas" a sair de suas casas, em povoações como Quintas da Misericórdia, Gonçalo, Seixo Amarelo, Valhelhas e Famalicão..Sérgio Costa frisou que agora "a preocupação é fazer face aos reacendimentos muito constantes que estão a acontecer".."Com o vento que se faz sentir, já está a haver reacendimentos fortes e os meios que chegaram durante a madrugada foram fundamentais para ajudar a debelar as chamas", afirmou..A autarquia da Guarda já avançou com as operações de limpeza de estradas e começou a avaliar os prejuízos. "Há sítios a que nós ainda não conseguimos ir, nomeadamente às habitações localizadas nas zonas de serra", acrescentou..Na segunda-feira, Sérgio Costa acionou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil da Guarda, devido aos incêndios que ameaçaram as povoações do seu território..O último ponto da situação realizado pelo comandante nacional da proteção civil, na noite de segunda-feira, indicava que as chamas estavam a lavrar com uma "intensidade elevada", registando um "comportamento violento"..A reativação que se verificou segunda-feira do incêndio na serra da Estrela teve origem em "três ignições em simultâneo no Vale da Amoreira", em Manteigas, distrito da Guarda, "com expansão para os concelhos da Covilhã [distrito de Castelo Branco] e da Guarda", adiantou André Fernandes..Este incêndio, além de atingir o concelho da Covilhã, chegou a Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, queimando um total superior a 14 mil hectares, segundo dados provisórios..Notícia atualizada às 12:54