Numa carta aberta aos governos dos Estados-membros, a EMMA (European Magazine Media Association) e a ENPA (European Newspaper Publishers Association), associações europeias representativas dos editores de jornais e revistas e das quais a Associação Portuguesa de Imprensa faz parte, apelaram, nesta sexta-feira à não adoção da Lei dos Mercados Digitais (DMA)..Os representantes da imprensa reconhecem que a Lei dos Mercados Digitais é "uma oportunidade única para a Europa e de importância fundamental para o desenvolvimento dos mercados digitais e a soberania digital da União Europeia". Porém, temem que "deficiências como a isenção para os motores de busca da obrigação de proporcionar condições de acesso justas", que permanecem por resolver, resultem em "risco de entregar os seus mercados digitais aos grandes monopólios"..A EMMA e a ENPA dizem-se "satisfeitas por ver que todos partilhávamos a necessidade de ter uma legislação (DMA) para resolver os desequilíbrios de mercado causados pelos gatekeepers, incluindo o Google e o Facebook". Mas alertam que "a surpreendente pressa dos Estados-membros em adotar uma posição comum sobre o DMA, devido à necessidade de alargar a obrigação de aplicar condições de acesso justas e não discriminatórias a todos os serviços da plataforma e, no mínimo, ao Google e ao Facebook, só permitirá que esses gatekeepers discriminem conteúdos e decidam o que os europeus consomem, veem e leem"..Para os responsáveis, o DMA tornar-se-á, como tal, uma lei de proteção do Google e do Facebook. "A EMMA e a ENPA, juntamente com todos os seus membros, pedem aos governos dos Estados-membros que tomem uma posição clara, votem contra esses planos, a menos que o regulamento proíba claramente os gatekeepers de discriminarem e imporem condições de acesso desleais", escrevem. E rematam: "Chegou o momento de os Estados-membros agirem e pôr termo a este caminho escorregadio para o futuro da democracia europeia, das liberdades europeias e da economia europeia."