As fontes detalharam que desde o começo da crise, na tarde de sexta-feira passada, o centro de atendimento telefónico ('call-center') da Aena recebeu 4.200 chamadas relativas à suspensão dos voos da segunda maior operadora aérea española..A Spanair tinha previsto transportar este fim de semana cerca de 23.000 passageiros nos 384 voos que tinha programado nos aeroportos espanhóis, dos quais 139 a partir de Barcelona e 85 em Madrid..Em relação às reclamações apresentadas nos mostradores da Aena, entidade que tem a responsabilidade de gerir as infraestruturas aeroportuárias em Espanha, as mesmas fontes adiantaram que entre a tarde de sexta-feira e as 9:00 de hoje foram apresentadas 700 no aeroporto de Madrid, 117 em Tenerife Norte, 110 em Valencia e 68 nos aeroportos de Sevilha e de Barcelona, entre outros..Além disso, em El Prat, em Barcelona, foram contabilizadas 423 reclamações até às 19:00 de sábado no balcão do Consumo Generalitat, entidade que faz a defesa dos consumidores, que é o departamento que está a gerir a maior parte dos protestos..Na sexta-feira à noite, dia 27 de janeiro, a administração da Spanair anunciou o fim da atividade da operadora aérea, depois de ter falhado as negociações para a entrada de um novo acionista na empresa, a Qatar Airways, após o Estado da Catalunha ter retirado o seu apoio financeiro à empresa..A crise económica, o aumento do preço do petróleo, a concorrência e a falta de um parceiro "sólido" impediu a Spanair de continuar a sua atividade. Estas foram as razões apontadas para a falência da companhia, segundo o acionista maioritário Ieasa..Por sua vez, o governo da Catalunha explicou que deixou de investir na empresa devido à crise económica e às limitações impostas pela legislação europeia em termos de ajudas às companhias aéreas..A Spanair, com dois mil trabalhadores, uma faturação anual de 600 milhões de euros e uma quota de mercado de 22 por cento, arrasta uma história de turbulências económicas..A crise atingiu fortemente a companhia aérea, que centra a sua atividade nas rotas com menores níveis de procura e que teve de enfrentar a subida do preço do combustível e uma falta de liquidez quase estrutural, segundo a informação divulgada pela agência Efe..As dificuldades económicas começaram a evidenciar-se em 2008, quando a companhia aérea fechou a base de Palma de Maiorca, que afetou 1.100 trabalhadores..Fundada em 1986, a empresa operava agora mais de 200 voos diários, tendo uma frota composta por cerca de 30 aeronaves.