Por entre protestos contra a atuação das forças policiais e contra o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, a situação entre manifestantes e autoridades voltou a ser tensa, como já o tinha sido durante o despejo, atingindo o seu pico quando um indivíduo se regou com gasolina, tendo sido retirado pela polícia de imediato e levado para o hospital pelo Instituto Nacional de Emergência Médica..Os manifestantes chegaram às traseiras da Câmara Municipal do Porto depois das 14:00, na sequência de uma ação de protesto diante da esquadra policial do Heroísmo, onde se encontravam detidos três elementos do coletivo Es.Col.A, que ainda hoje iriam ser presentes a tribunal, segundo explicou aos jornalistas o advogado Alberto Martins. .Aí, os manifestantes, acompanhados por tambores e flautas, gritavam "Soltem os amigos da Escola da Fontinha" e "Ninguém pode parar a iniciativa popular"..O Movimento Es.Col.A foi hoje despejado da escola da Fontinha pela polícia, tendo a Câmara do Porto revelado que estava disponível a permitir a ocupação da Es.Col.A até ao fim de junho, desde que fosse formalizado um contrato de cedência e o pagamento de uma renda simbólica de 30 euros..Foi perante "a incompreensível recusa do grupo em aceitar estas condições mínimas exigidas por lei" e "aplicadas a qualquer cidadão ou instituição" que se procedeu ao despejo coercivo, explicou a autarquia, em comunicado, algo que o movimento diz, em mensagem publicada no blogue, ser um "longo caminho no qual a Câmara Municipal do Porto, através dos media, quer transmitir a versão que lhe convém, travestindo-a de factos assumidos e absolutos"..Perto da escola da Fontinha, durante a manhã, enquanto a polícia encerrava os acessos ao estabelecimento ocupado em abril do ano passado, Helena Madeira, que trabalha num local próximo, afirmava a Lusa que chegou à rua precisamente no momento em que a polícia entrou no espaço, com encapuçados e muitos agentes à paisana, vendo-se, ainda, algumas espingardas.."Era um aparato muito grande", explicou Helena Madeira, salientando que seriam perto de 20 viaturas da polícia, entre Polícia de Segurança Pública e Polícia Municipal, uma informação subscrita por Paula Reis, de 51 anos, artista dinamizadora de várias oficinas na escola da Fontinha. .Quando as viaturas da autarquia tentaram sair da rua, na sequência do despejo, os elementos do Es.Col.A tentaram bloquear a sua passagem, seguindo-se uma intervenção da polícia, que terminou em confrontos.."Não fazem nem deixam fazer nada", gritava uma manifestante em lágrimas contra as forças policiais. .Depois de membros e apoiantes do coletivo terem abandonado o Largo da Fontinha em direção ao Heroísmo foi possível verificar que a escola estava a ser esvaziada de todos os conteúdos, de mesas, cadeiras e outros materiais..O movimento Es.Col.A ocupou a escola do Alto da Fontinha em abril de 2011 e dinamizava diversas atividades no local, desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema..Em maio de 2011, o coletivo foi despejado, levando alguns moradores da Rua da Fábrica Social a solidarizarem-se com o grupo de "ocupas" e a manifestaram-se contra a ordem camarária..A 05 de julho, a autarquia informou o movimento Es.Col.A do Alto da Fontinha da disponibilidade para "ceder" o espaço da antiga escola primária local, através de um "contrato de cedência temporária" até ao final do ano.