Mais aulas de condução devem reforçar segurança

Profissionais do sector vão reunir-se no sábado para debater propostas de alterações e esclarecer dúvidas. Lei permite mais escolas.
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Profissionais do sector do ensino da condução automóvel consideram que a proposta para aumentar o número de horas e de quilómetros percorridos nas aulas práticas "contribuirá para melhorar a capacidade de condução e aumentar a segurança rodoviária". Como ainda restam muitas dúvidas sobre o anteprojecto em estudo, realiza-se no sábado, em Torres Novas, um encontro de profissionais para debater questões.

David Silva, presidente da Associação dos Profissionais do Ensino da Condução, entidade que promove esse encontro, revelou ao DN que ali "vão estar presentes instrutores, directores e proprietários de escolas de condução e também um representante do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) para esclarecer alguns pontos do anteprojecto que precisam de ser mais aprofundados".

Na sua opinião, a proposta do novo regime do ensino da condução, determinando que um aluno só se pode submeter a exame prático após frequentar um mínimo de 32 horas de aulas de condução e percorrer mil quilómetros - actualmente conduzem uma média total de 300 quilómetros -, "poderá melhorar substancialmente a capacidade de condução".

Segundo o mesmo responsável, a introdução de módulos de segurança rodoviária na matéria em estudo "também poderá contribuir para aumentar a segurança rodoviária".

A proposta para se passar a dar mais formação aos instrutores é também considerada positiva por David Silva. Frisa que, assim, "ficarão munidos com mais ferramentas para melhor desempenharem o seu trabalho, que dará origem a alunos mais bem preparados para conduzirem na estrada".

Com o aumento do número de horas de aulas de condução também concorda o presidente da Associação Nacional dos Industriais do Ensino da Condução Automóvel (ANIECA), Eduardo Vieira Dias, denunciando que "há falcatruas, porque os alunos só conduzem 30 minutos por aula e registam 50".

Com o aumento de condução efectiva nas aulas, "os alunos ficarão mais bem preparados", disse o mesmo responsável, que considera "excessivos os mil quilómetros" do anteprojecto. Por isso, "propusemos uma redução para 600 quilómetros", revelou ao DN.

Acrescentou que, para totalizar mil quilómetros de condução, "é preciso mais aulas e horas de formação, mais instrutores, mais veículos, mais seguros e mais combustível. As cartas de condução, que custam entre 500 e 900 euros, poderão aumentar para o dobro".

Alcino Cruz, presidente da Associação Portuguesa das Escolas de Condução, afirmou ao DN que, actualmente, "um aluno faz dez quilómetros numa lição de 50 minutos. Teriam de fazer mais do dobro das actuais 30 aulas para totalizar mil quilómetros". Na sua opinião, "isto não contribui para a segurança rodoviária".

O presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, diz que "não interessa quantas horas se faz nas aulas de condução", salientando que "o mais importante é os exames serem super--rigorosos e realizados em diferentes situações de condução, como, por exemplo, nos centros das cidades e em auto-estradas e no meio do trânsito da hora de ponta".

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