Doentes nos Cuidados Intensivos atingem novo máximo: 526

Portugal atinge um total de 4276 mortes e 285 838 casos desde o início da pandemia
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Portugal registou mais 5444 casos de covid-19 e 67 óbitos nas últimas 24 horas. Segundo o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS), desta sexta-feira, há 3208 internados em hospitais (mais 16 do que na véspera), incluindo 526 em unidades de cuidados intensivos (UCI).

Os doentes com covid-19 internados hoje em UCI são mais 10 que os contabilizados na quinta-feira e superam o anterior máximo de 517 doentes, registado na quarta-feira. Na quinta-feira, havia uma inversão na subida.

Segundo a estimativa dos especialistas na última reunião do Infarmed, Portugal deve atingir o pico de contágios entre 25 e 30 de novembro.

São agora 285 838 pessoas infetadas no país desde o início da pandemia, em março, num total de 4276 mortes. Esta sexta-feira foram reportados mais 5502 recuperados (total de 199 446) nas últimas 24 horas. Em vigilância estão agora 80 713 doentes, menos 654 do que na véspera.

A região Norte continua a ser a mais afetada em termos de contágio pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. Dos 5444 novos casos, mais de metade (3161) são no norte do País. E das 67 novas mortes registadas, 39 ocorreram a norte.

A região de Lisboa e Vale do Tejo reportou mais 1380 casos e 15 mortes, enquanto a região Centro teve mais 631 casos e 8 mortes.

No Alentejo houve mais 136 casos e duas mortes, enquanto o Algarve não foi além de mais 90 infeções e três óbitos.

Açores e Madeira não registaram qualquer morte nas últimas 24 horas, ainda que se tenham assinalado mais 35 casos nas ilhas açorianas e 11 nas madeirenses.

Importa ainda salientar que 46 dos 67 óbitos das últimas 24 horas tinham 80 ou mais anos e que houve duas mortes abaixo dos 60 anos de idade.

No boletim, a Direção-Geral da Saúde precisa que em 16 de novembro houve uma atualização do sistema de tecnologia de análise de dados provenientes do SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), tendo sido atualizado o número cumulativo de casos confirmados e recuperados nessa data.

Os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registo de maior número de infeções.

O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 126 286 homens e 154 511 mulheres, de acordo com os casos declarados.

O boletim de hoje refere que há 5041 casos confirmados de sexos desconhecidos que se encontram sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de uma forma automática.

Do total de vítimas mortais, 2213 eram homens e 2063 mulheres.

"Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade", declarou António Costa à agência Lusa, depois de questionado sobre a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem comorbilidades ficarem de fora do acesso prioritário à vacina contra o novo coronavírus,. como avançaram o Público e o Expresso.

António Costa acrescenta que "há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos".

Segundo uma proposta de especialistas da Direção-Geral da Saúde, noticiada esta sexta-feira, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.

O Governo criou uma 'task-force' para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas, tem um mês para definir todo o processo.

Um despacho publicado na quarta-feira em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, esta task-force tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje "uma ideia tonta" a proposta para que os mais idosos não seja prioritários na vacinação contra a covid-19, sublinhando que ainda "não há plano nenhum aprovado".

"Não há decisão nenhuma, muito menos há uma decisão que seja uma decisão tonta", afirmou o chefe de Estado, em declarações à agência Lusa, à entrada para um almoço com empresários da restauração, em Évora.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem acompanhado com o primeiro-ministro os trabalhos preparatórios do plano de vacinação para a covid-19 e vincou que o documento, "antes de ser aprovado, tem de ser submetido ao Governo" e, depois, "o primeiro-ministro dará conhecimento ao Presidente da República".

"Aquilo que tenho visto especular, nalguns aspetos, é, no fundo, dizer que há fatias do povo português pela sua idade que não têm acesso urgente ou prioritário à vacina, como tenho visto formulado, é uma ideia tonta", referiu.

A situação epidemiológica na região Norte está a começar a "abrandar", embora na próxima semana a região possa continuar a contabilizar 1.400 internamentos, 300 internamentos em unidades de cuidados intensivos e 40 óbitos diários, indicou esta sexta-feira um especialista.

Em declarações à agência Lusa, Milton Severo, responsável pelas projeções do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) afirmou que, nos "últimos cinco dias, os valores observados [na região Norte] têm sido inferiores aos das previsões", um "sinal positivo", demonstrativo de que, "finalmente, a região está a conseguir aplanar" os casos de infeção.

Ainda que a situação epidemiológica aponte para uma "estabilização", as previsões do ISPUP indicam que na próxima semana a região pode contabilizar 1.400 a 1.500 internamentos nas unidades hospitalares.

"Tivemos uma fase, entre 18 de outubro e 01 de novembro, em que os internamentos duplicavam a cada 11 dias. Nesta fase, estão a duplicar só a cada 60 dias, ou seja, está a diminuir claramente o crescimento", referiu Milton Severo.

No que aos internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI) concerne, as previsões do instituto do Porto apontam "para 300 a 340" doentes com o novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Milton Severo afirmou ainda que a região deverá continuar a contabilizar, por dia, 3.000 a 4.000 casos de novas infeções pelo SARS-CoV-2 e 40 óbitos.

"Podemos dizer que estamos num planalto, isto é, que vamos manter estes números, até porque o índice de transmissibilidade [vulgarmente designado R] está a abrandar e ronda os 1.15 a 1.2 na região", disse

O ideal "seria, no entanto, que estes valores começassem a descer", afirmou.

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