Recorde nas UCI. Mais 278 mortes e 13.200 novos casos em 24 horas

Há 6627 doentes com covid-19 internados nos hospitais portugueses. Só nos cuidados intensivos estão 806, um novo máximo, num dia em que se registam mais 278 mortes e 13200 novos casos.
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Portugal registou, nas últimas 24 horas, 278 mortes e 13200 novos casos de covid-19, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira (29 de janeiro), quando na véspera havia batido o recorde de óbitos, 303, e de transmissões, 16432. Há agora mais 62 pessoas internadas nos hospitais portugueses, num total de 6627, dos quais 806 (mais 24 do que na véspera) estão em unidades de cuidados intensivos.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região mais afetada em mortes (137) e casos (7123), no primeiro caso um pouco abaixo de 50% do total diário, no segundo com mais de metade. A região Norte, no topo no que respeita ao número total de casos, ultrapassou a barreira dos 300 mil: com mais 3198 infetados, tem agora 300 426. Lisboa e Vale do Tejo, por sua vez, passou os 250 mil casos (251 242), num total nacional de 698 583 infeções desde março do ano passado.

No balanço entre pessoas recuperadas (11187) e novas infeções, o número de casos ativos voltou a subir (1735), fixando-se em 181 811.

O elevado número de internamentos devido à pandemia está a sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os hospitais da grande Lisboa estão entre os mais afetados pelo enorme afluência de doentes. É a região que suscita maior preocupação, tendo registado na quinta-feira mais 8621 novos casos em apenas 24 horas, mais do que o total de infeções no resto do país.

A fila de ambulâncias no Hospital de Santa Maria ilustra bem a gravidade da situação. Às 07:30 desta sexta-feira estavam três dezenas de viaturas de emergência médica paradas à porta das urgências desta unidade hospitalar. "Esta situação é inaceitável. Estão cerca de 30 ambulâncias à porta do hospital. Esta fila é para doentes covid ou suspeita de covid. Isto já ultrapassa aquilo que é aceitável em termos de dignidade. Um doente estar oito horas deitado numa maca não é fácil", disse à Lusa Carlos Silva, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar.

A situação levou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Daniel Ferro, a anunciar que a partir de hoje "uma equipa do INEM" faz "uma pré-triagem das situações e se for uma situação que realmente justifique o acesso aos cuidados do hospital, esse acesso vai ser feito com mais tranquilidade. Foi já combinado, com o ACES de Sete Rios e de Odivelas, que vão receber todas aquelas situações para as quais têm cuidados de igual qualidade", revelou Daniel Ferro.

Com o agravamento da pandemia em Portugal e em vários países, a esperança continua a ser depositada nas vacinas contra a doença. Esta sexta-feira, a empresa de biotecnologia norte-americana Novavax indicou que os resultados dos ensaios clínicos da fase 3 da sua vacina contra a covid-19 mostraram uma eficácia de 89,3%.

"A NVX-CoV2373 tem o potencial de desempenhar um papel importante na solução desta crise de saúde pública global", disse administrador da empresa, Stanley Erck.

A vacina é, no entanto, muito menos eficaz contra a variante identificada pela primeira vez na África do Sul, que os cientistas consideram ser mais contagiosa. A empresa vai lançar imediatamente no desenvolvimento de uma nova versão da vacina visando esta variante, referiu o comunicado.

Também hoje ficou a saber-se que a vacina fabricada pela empresa Johnson & Johnson mostrou ser eficaz contra o novo coronavírus com apenas uma dose.

De acordo com o jornal The Guardian, a vacina, desenvolvida pela empresa norte-americana, foi testada no Reino Unido. A União Europeia adquiriu 400 mil doses do fármaco.

A empresa indica que tem 72% de eficácia de prevenção ao covid-19, nos estudos efetuados nos Estados Unidos. Contudo, estudos realizados noutros países indicam que a taxa de eficácia é de 66%.

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