Mais de três mil recuperados num dia e internamentos voltam a descer
O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que foram confirmados 2261 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas. O relatório desta terça-feira (24 de agosto) refere que morreram mais 13 pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus.
O número de internamentos desce para 716 (menos 17 face ao reportado na segunda-feira). Há também menos três doentes em unidades de cuidados intensivos, são, no total, 148.
O Norte, com mais 792 casos, e Lisboa e Vale do Tejo, com 684, são as regiões que concentram o maior número de novas infeções. Estas duas áreas representam 65,2% do total nacional.
Verificaram-se ainda mais 363 diagnósticos de covid-19 no Centro, 216 no Alentejo, 161 no Algarve, 32 na Madeira e 13 nos Açores.
Das 13 mortes reportadas no boletim da DGS, cinco ocorreram no Norte, três na região da capital, três no Algarve e duas no Centro.
No que se refere à idade das vítimas mortais, nove tinham mais de 80 anos, uma entre os 70 e os 79, duas entre os 60 e os 69 e uma entre os 50 e os 59 anos.
É nos jovens entre os 20 e os 29 anos que se registaram mais casos, com mais 566 infetados nas últimas 24 horas.
Seguem-se as faixas etárias entre os 10 e os 19 anos (467 novos casos) e entre os 30 e os 39 anos (278 novos casos).
Em 24 horas, registaram-se mais 3610 casos de pessoas que recuperam da doença, totalizando 960 969.
Perante estes dados, o número de casos ativos da doença em Portugal recua para 44 180 (menos 1362).
Desde o início da pandemia que o país registou mais de um milhão de diagnósticos de covid-19 (1 022 807) e 17 658 óbitos.
A DGS refere também que há menos 1369 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Esta terça-feira, o coordenador da task force do plano de vacinação salientou que ainda não há uma decisão sobre a terceira dose da vacina, mas a existir este reforço será para casos pontuais, referindo-se, por exemplo, a pessoas imunodeprimidas, com o sistema imunitário debilitado.
Caso venha a ser recomendada pela DGS uma terceira dose, a decisão não significa que será um reforço geral, mas que irá envolver situações específicas. "Estamos a falar de 100 mil pessoas. Não há necessidade de ter toda esta capacidade para vacinar 100 mil pessoas, isso pode ser perfeitamente feito pelos centros de saúde", disse Henrique Gouveia e Melo aos jornalistas.
Ainda no que se refere ao processo de imunização em Portugal, o vice-almirante avançou ainda que os centros de vacinação em grande escala deverão encerrar quando for atingida a meta dos 85% da população com o esquema vacinal completo.
"Já temos 80% [da população vacinada] com as primeiras doses e hoje devemos ficar entre os 72% e 73% com as segundas. Temos que ficar no mínimo com 85% [em cada grupo]", afirmou o coordenador da task Force.
O coordenador da task force reforçou que a decisão para o encerramento dos centros de vacinação cabe aos municípios, mas afirmou: "tenho a certeza que as autarquias não vão desistir no fim da corrida".
A autoridade de saúde de França fez saber, entretanto, que vai propor deu luz verde a uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 a maiores de 65 anos e a pessoas que apresentam comorbilidades segundo o jornal Le Monde, que cita o ministro da Saúde francês, Olivier Véran.
A dose de reforço estende-se também "a todas as pessoas que apresentem comorbilidades que aumentam o risco de formas graves e de morte", disse o ministro da Saúde. A vacina suplementar deverá ser administrada seis meses após a vacinação completa, adiantou.
"A administração de mais uma dose será provavelmente necessária nos próximos meses, sem que seja ainda possível pronunciarmo-nos de forma precisa, nem sobre a população alvo, nem sobre o calendário", esclareceu a Alta Autoridade da Saúde.
Para as pessoas vacinadas com a vacina Janssen, que receberam apenas uma dose, a Alta Autoridade da Saúde estipulou que o reforço pode ser feito através de uma dose da vacina que recorre à tecnologia do ARN mensageiro, ou seja, da Pfizer ou da Moderna.
Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sugere que as vacinas de tecnologia mRNA (Pfizer e Moderna) são menos eficazes a prevenir a infeção pela variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2.
Na investigação, que está em pré-publicação e ainda não foi sujeita a revisão por pares científicos, conclui-se que há "probabilidade significativamente superior de infeção pela variante Delta em pessoas vacinadas", sensivelmente "o dobro do risco de infeção pela variante Alpha".
Esta tendência na eficácia das vacinas mRNA face à variante predominante em Portugal é igual em pessoas com uma dose ou com as duas doses do esquema completo, assinala o INSA em comunicado, indicando que o estudo epidemiológico analisou cerca de 2000 casos positivos de infeção.
Mas no combate contra o SARS-CoV-2, a investigação não se centra só nas vacinas. É disso exemplo o trabalho de cientistas portugueses que descobriram três remédios que fragilizam o vírus responsável pela pandemia de covid-19.
Primeiro descobriram as fragilidades do SARS CoV-2 e o alvo que tinham de atacar para o enfraquecer. Agora, descobriram três compostos que podem fazer com que os doentes, "em vez de irem para o hospital fiquem em casa com uma constipação a assoar-se", explicaram ao DN elementos da equipa de investigação.
Neste momento, a equipa do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade NOVA de Lisboa que liderou a investigação já tem em marcha o registo de patente da descoberta, que pode ter relevo mundial, uma vez que se trata de uma alternativa terapêutica para combater o SARS-CoV-2.