Num mês duplicaram os internamentos. Incidência ultrapassa os 300 casos por 100 mil habitantes

Portugal registou, em 24 horas, mais 1782 casos de covid-19 e oito mortes. O número de internamentos continua a subir. Há agora 729 pessoas hospitalizadas (mais 57), sendo que nas unidades de cuidados intensivos estão 163 doentes (mais 10).
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Foram confirmados 1782 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). O relatório desta segunda-feira (12 de julho) indica ainda que morreram mais oito pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus.

Aumenta a pressão nos hospitais portugueses, com mais 57 pessoas internadas, são agora 729. Este ​​​​​​​é o maior aumento diário desde 8 de fevereiro, dia em que a DGS reportou, de um dia para o outro, mais 96 doentes hospitalizados.

A tendência crescente regista-se também nas unidades de cuidados intensivos, onde estão internados 163 doentes (mais 10 face ao dia de ontem).

Em cerca de um mês, Portugal duplicou o número de hospitalizações devido à covid-19. A 17 de junho estavam 363 internados, dos quais 88 em unidades de cuidados intensivos.

Também se verifica um aumento significativo da incidência cumulativa a 14 dias, com Portugal a ultrapassar os 300 casos de infeção por 100 mil habitantes.

Os dados da DGS mostram que a incidência passou de 272 para 315,6 casos por 100 mil habitantes a nível nacional. No que se refere ao continente, passou de 280,5 para 325,2 infeções por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes.

Em sentido inverso, o índice de transmissibilidade, o denominado R(t), desceu para 1,16.

Estes são os dois indicadores da matriz de risco, que serve de base ao Governo na gestão do desconfinamento.

Com mais 864 casos reportados em 24 horas, Lisboa e Vale do Tejo mantém-se como a região com o maior número diário de infeções - o que corresponde a 48% do total nacional -, logo seguida do Norte que reportou mais 536 diagnósticos.

Verificaram-se mais 202 novos casos no Algarve, 87 no Centro, 38 no Alentejo, 40 nos Açores e 15 na Madeira.

Das oito mortes registadas entre ontem e esta segunda-feira, três ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, duas na região Norte, mais duas no Centro e uma no Algarve.

Desde o início da pandemia (em março de 2020), as autoridades de saúde registaram em Portugal 909 756 casos de covid-19, 17 164 óbitos e 846 544 recuperados da doença, dos quais 1028 foram reportados de ontem para hoje.

Portugal soma agora mais 746 casos ativos da doença, elevando para 46 048 o número total.

Relatório da DGS indica ainda que há mais 1137 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Há mais de um ano que o mundo vive em pandemia e os efeitos fazem-se sentir em várias áreas e faixas etárias. Os jovens representam, no entanto, o grupo que mais tem sofrido no dia-a-dia com a pandemia, conclui o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) "Impactos económicos, sociais e políticos da covid-19 em Portugal", apresentado esta segunda-feira.

Metade dos entrevistados com idades entre os 15 e os 20 anos referem alterações de peso ou do sono, 20% admitem um aumento do consumo de álcool e de tabaco e 11% iniciaram-se nos fármacos psicotrópicos.

Os resultados são preliminares e fazem parte de uma investigação a concluir na primavera de 2022. Nesta primeira fase, foram inquiridas, de 16 de março a 20 de maio, 2307 pessoas.

Na população em geral, 35% dos entrevistados dizem ter sofrido alterações no peso habitual, 30% sofrem distúrbios nos padrões de sono, 9% têm alterações no consumo habitual de álcool e tabaco ou na ingestão de calmantes, tranquilizantes ou outros fármacos com efeito psicotrópico. Percentagens inferiores às verificadas entre os mais jovens.

A atual situação epidemiológica no país levou Marrocos a decidir pela imposição de uma quarentena de dez dias aos viajantes não vacinados provenientes de Portugal, uma medida que entra em vigor já esta quarta-feira e que abrange também quem viaja a partir de Espanha e França, conforme anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino.

A nova medida corresponde à última atualização das recomendações de viagens feitas pelas autoridades marroquinas, que passou a incluir Portugal, Espanha e França na lista B, de áreas de alto risco, para a propagação da covid-19 e a sua variante Delta.

Os viajantes dos países da lista B - que atualmente inclui 81 países - devem apresentar teste PCR negativo feito a menos de 48 horas e, se não forem vacinados (com as duas doses), devem passar por uma quarentena de dez dias num hotel designado pelas autoridades e pagar pela sua estadia.

Também o aumento de casos e a propagação da variante Delta leva o primeiro-ministro britânico a pedir "cautela" perante o levantamento de restrições, previsto para 19 de julho. De referir que Boris Johnson deverá confirmar esta segunda-feira, em conferência de imprensa, se o país vai ou não avançar para a última fase de desconfinamento.

Apesar de ter anunciado na semana passada que pretendia levantar a maioria das medidas ainda em vigor para controlar a pandemia covid-19, como o uso obrigatório de máscaras e os limites aos ajuntamentos em espaços abertos e fechados, a decisão final está dependente da análise dos últimos dados.

Reconhecendo que o número de infeções vai aumentar devido ao desconfinamento, Johnson diz que "a cautela é absolutamente essencial" e urgiu "responsabilidade" às pessoas para evitar comportamentos de risco.

No que se refere ao balanço da pandemia a nível mundial, a agência de notícias AFP indica que pelo menos 4 035 567 pessoas morreram devido à infeção por SARS-CoV-2, desde que foi notificado o primeiro caso na China no final de 2019.

Mais de 186 740 300 pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, refere ainda o balanço da AFP feito com base em fontes oficiais.

Registaram-se, no domingo, mais 6605 mortes e 362 178 novas infeções, segundo os números da agência de notícias francesa

Os países que registaram mais mortes nesse dia foram a Indonésia (1007), Índia (724) e Rússia (710).

Os EUA continuam a ser o país mais afetado, tanto em número de mortes como de infeções, com um total de 607 156 mortes e 33 853 971 casos, segundo os dados da universidade Johns Hopkins.

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