A maioria dos portugueses (61%) discorda das verbas atribuídas pelo Estado para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai realizar-se em Lisboa entre 1 e 6 de agosto. De acordo com a sondagem feita pela Aximage para o DN, JN e TSF, mais de metade (54%) dos inquiridos não acredita que o maior evento da Igreja Católica consiga um retorno para a cidade e para o país de 300 milhões de euros..A posição dos portugueses é clara: só um quinto (21%) responde "concordar" (15%) ou "concordar totalmente" (6%) com o investimento feito pelo Estado central e pelos municípios. A maior fatia dos inquiridos assumiu "discordar" (27%) ou "discordar totalmente" (34%) desses gastos. .A estimativa é que o evento traga ao país cerca de 1,5 milhões de pessoas. O presidente da Câmara de Lisboa defende que a capital será "o centro do mundo durante uma semana e a Jornada Mundial da Juventude será o maior evento de sempre na cidade". Governo, Igreja e Câmaras de Lisboa e de Loures chegaram a estimar o custo total da jornada em cerca de 160 milhões de euros. Uma nota do Ministério dos Assuntos Parlamentares confirmou que os compromissos assumidos pelo Estado central podem atingir os 30 milhões. A despesa de Lisboa deverá chegar aos 35 milhões, sendo que 25 milhões serão despendidos em investimentos para a cidade. Mas foi a revelação do custo do altar-palco, no Parque Tejo, que fez tocar os sinos..A polémica forçou o município e a Igreja a reverem o projeto e a baixarem o seu preço cerca de 30%, de 4,2 milhões de euros para 2,9 milhões. E o altar-palco deixará de ter nove metros de altura para passar a ter quatro. Uma redução que já levou Carlos Moedas a alertar que "pelo menos cerca de 30 mil pessoas vão ter visibilidade reduzida"..Questionados sobre se acreditam no retorno económico estimado de 300 milhões de euros, mais de metade dos inquiridos (54%) respondeu que "não vai ser concretizado". Só 23% acreditam. A esmagadora maioria (87%) considerou ser "muito importante" (61%) ou "importante" (26%) a discussão e a fiscalização sobre o dinheiro do Estado envolvido na jornada..Num país de maioria católica, cerca de dois terços dos que responderam à sondagem (75%) garantiram que não vão participar na Jornada. Mesmo entre os jovens inquiridos, dos 18 aos 34 anos, 67% dizem que não vão, 6% participarão como voluntários e 7% como peregrinos. Cerca de 84% também não ponderam deslocar-se a Fátima para ver o Papa Francisco, que chega a Portugal a 3 de agosto, mas já confirmou que irá ao Santuário nessa semana..A missa de abertura da Jornada, a 1 de agosto, realizar-se-á no palco montado no Parque Eduardo VII e será presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. O Papa presidirá à missa de domingo e participará na vigília de sábado e na Via Sacra. Durante a semana haverá uma feira de vocações e momentos de oração e de convívio..94% ouviram falar. Do total de inquiridos (a amostra foi composta por um total de 807 entrevistas), 94% responderam que "já ouviram falar da Jornada Mundial da Juventude"..Importante para o país. A maioira (62%) considera que a realização do evento é importante (40%) ou muito importante (22%) para o país; 19% consideram pouco (8%) ou nada importante (11%)..A sondagem foi realizada pela Aximage para o DN, TSF e JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a Jornada Mundial da Juventude. O trabalho de campo decorreu entre os dias 10 e 16 de fevereiro de 2023 e foram recolhidas 807 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, obtida através de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género, grupo etário e escolaridade. Para uma amostra probabilística com 807 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,017 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 3,45%)..Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem, Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio..alexandra.inacio@jn.pt