Maioria de esquerda rejeita comissão permanente sobre viagens pagas pela Galp
PS, BE, PCP e PEV recusaram hoje o pedido do CDS-PP para uma reunião da comissão permanente do parlamento para debater as viagens de membros do Governo pagas pela Galp para assistir a jogos do europeu de futebol.
"Foi decidido, com maioria dos votos, não fazer essa reunião da comissão permanente com essa ordem de trabalhos", afirmou o presidente da Assembleia da República, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião extraordinária da conferência de líderes.
O pedido para a realização de uma comissão extraordinária da comissão permanente tinha sido feito na semana passada pelo CDS-PP, mas acabou por ser "chumbado" hoje com os votos do PS, PCP, BE e PEV.
O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, referiu ainda que o caso das viagens é um assunto que, se os partidos quiserem, poderá ser levado à comissão permanente que já está agendada para 08 de setembro.
"Nada impede os partidos de o fazerem, mas para a maioria deste parlamento não foi considerado como motivo suficiente e justificativo para uma reunião extraordinária da comissão permanente no mês de agosto", disse Ferro Rodrigues.
Posteriormente, a deputada socialista e secretária da mesa da Assembleia da República Idália Moniz adiantou que PS, PCP, BE e PEV coincidiram nos argumentos de que o caso das viagens não é "uma questão de gravidade e premência" que justifique a convocação de uma comissão permanente extraordinária.
A deputada do BE Mariana Mortágua, referiu ainda Idália Moniz, considerou também que a situação das viagens "é criticável" e deverá ser "escrutinada pelo parlamento", mas não justifica a realização de uma comissão permanente extraordinária.
Apenas o PSD "acompanhou o fundamento e a proposta do CDS", acrescentou a deputada socialista.
Na terça-feira, o primeiro-ministro considerou que o caso das viagens de membros do Governo pagas pela Galp para assistir a jogos do europeu de futebol está "devidamente encerrado", garantindo que esses membros do executivo têm a sua confiança.
"É um assunto que é encerrado, o senhor primeiro-ministro em exercício [o ministro dos Negócios Estrangeiros] já teve oportunidade de dizer da parte do Governo o que tinha a dizer e as medidas que foram adotadas e que vão ser adotadas e, para mim, é um assunto que está devidamente encerrado", afirmou o primeiro-ministro, quando questionado sobre o caso que envolveu os secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, da Indústria, João Vasconcelos, e da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.
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