A apresentação pública dos materiais curriculares atualizados para o ano letivo de 2019, que arranca em fevereiro, foi hoje feita, em cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Educação para o Ensino Técnico Profissional, Jesus Baptista..O governante angolano disse que a coabitação entre os dois materiais se deve a razões de ordem económico-financeira, salientando que a partir de 2020 o sistema funcionará exclusivamente com os materiais curriculares atualizados, que serão gradualmente substituídos entre 2022 e 2025..Em declarações à imprensa no final da cerimónia, o diretor-geral do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), Manuel Afonso, explicou que o concurso para a produção dos materiais curriculares, para o ano letivo de 2019, foi realizado em 2017 e as gráficas começaram a produzir os materiais para o próximo ano no início de 2018.."E nós começámos o processo de revisão curricular no mês de fevereiro [de 2018] e tão logo demos conta, em maio, que poderíamos já introduzir no sistema de educação os materiais curriculares atualizados, solicitámos ao Ministério da Indústria, às gráficas, para que parassem a produção dos materiais curriculares não atualizados, isso significa que já se havia consumido parte do dinheiro consignado para a produção desses materiais", clarificou..Segundo Manuel Afonso, a coabitação de ambos os materiais está acautelada com a formação dos professores ao longo dos anos.."Essa coabitação, aparentemente, é polémica, mas, para nós, não, porque os professores já têm domínio das insuficiências e dos erros que foram corrigidos e superados", acrescentou..Relativamente à distribuição dos materiais, o responsável avançou que será feita na mesma proporção em que estão a ser produzidos, 63% não corrigidos e 37% atualizados e adequados, em todo o país..Manuel Afonso referiu que o Ministério da Educação está a finalizar a proposta da Política Curricular, onde está acautelado o tempo de vigência dos currículos.."Não pode ser um currículo que dure muito tempo, como este, que foi implementado em 2004 e até hoje continua vigente", disse..O processo de atualização dos materiais curriculares coube a técnicos do INIDE e professores das escolas sedeadas em Luanda, devido aos custos, bem como especialistas de várias universidades, todos nacionais..A correção dos materiais curriculares, nomeadamente Planos Curriculares, Programas das Disciplinas, Manuais Escolares, Cadernos de Atividades, Guias dos Professores, Cadernetas de Avaliação, Relatórios Descritivos e outros, ficou marcado pela superação das insuficiências que apresentavam - erros e descontextualização de matérias.."Por exemplo, no caso de livros, o de geografia falava de sete barragens de Angola, mas nos últimos anos o país cresceu e então aumentou-se o número em função daquilo que nós temos. Essa insuficiência foi superada em função da evolução do país", explicou o responsável..Nesta atualização e adequação dos materiais curriculares da educação pré-escolar e do ensino primário foram introduzidos novos temas, como a utilização pelas crianças das pedonais, a necessidade de evitarem caminhar por zonas com pouca movimentação ou não acompanhar pessoas estranhas, situações muito comuns hoje e que estão na origem do desaparecimento de crianças..A revisão da definição do esqueleto, que no material de 2004 define que o esqueleto é o conjunto de ossos que sustentam o corpo humano, enquanto o atual já refere que sustenta os vertebrados, e a correção da data de morte do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, que trazia o erro de 22 de fevereiro de 2004, enquanto o coreto é 2002, são apenas alguns dos exemplos das várias correções e atualizações feitas..Manuel Afonso sublinhou que os erros que foram detetados ao longo destes anos foram corrigidos, no entanto, tanto os atualizados como os não atualizados têm a mesma utilidade didato-pedagógica, tendo em conta que pertencem à mesma matriz curricular..De acordo com o diretor-geral do INIDE, apesar de apenas agora se proceder a esta atualização, os erros foram já detetados há bastante tempo, e a correção era feita, na sala de aula, mediante a abordagem temática na relação-professor aluno.