O Centro Hospitalar Lisboa Norte perdeu a capacidade formativa em pneumologia para 2019, segundo o mapa de vagas de acesso à especialidade, uma situação inédita naquele centro, como confirmou à agência Lusa a Ordem dos Médicos..Segundo o bastonário Miguel Guimarães, o serviço de pneumologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que integra o Pulido Valente e o Santa Maria, está a ser avaliado, na sequência de denúncias relativas a situações irregulares, como o caso de internos que estariam a fazer urgência sozinhos, sem tutela de um especialista..Esta situação, que está a ser avaliada pela Ordem, levou a que não fossem abertas vagas para pneumologia no CHLN, confirmou à Lusa Miguel Guimarães..Segundo o mapa de capacidades formativas publicado na quarta-feira, o CHLN deixou de ter vagas também em imunoalergologia e em otorrinolaringologia. No caso da otorrino, já tinha sido tornado público que este Centro Hospitalar não iria formar internos em 2019, também na sequência de um processo em curso na Ordem dos Médicos..O pneumologista Filipe Froes lembra que o CHLN era a "maior escola de pneumologia de Portugal", sendo responsável pela formação da maioria dos pneumologistas do sul do país.."É um dos dias mais tristes da minha carreira e um dia de uma enorme vergonha", afirmou à Lusa o pneumologista do hospital Pulido Valente..Filipe Froes recordou que a pneumologia do CHLN formou diversos profissionais que permitiram abrir muitos outros serviços no país, como no IPO de Lisboa, no hospital de Faro ou em Setúbal..O especialista lembrou igualmente que o hospital Pulido Valente esteve largos anos no primeiro lugar dos 'rankings' nacionais relativos a doenças respiratórias.O bastonário da Ordem dos Médicos frisou que o mapa de capacidade formativa foi avaliado "de forma rigorosa" e que há uma "clara fundamentação" nos casos em que não são atribuídas vagas.."A capacidade formativa depende da capacidade do serviço. A preocupação da Ordem é garantir que a formação dos especialistas é feita com qualidade. Temos uma elevada qualidade na formação e esse é o nosso principal objetivo", disse..Pelo segundo ano seguido, cerca de 700 médicos deverão ficar sem vaga para fazer a sua especialidade, já que o mapa das capacidades formativas tem 1.665 vagas para 2.365 candidatos.