Maduro e Capriles iniciam campanha em ambiente crispado
Após a trégua da Semana Santa, os dois principais candidatos às eleições em que será designado o sucessor do falecido Presidente Hugo Chávez planearam para hoje comícios de rua, com Maduro a deslocar-se a Barinas, o estado onde nasceu Chávez, e Capriles a optar pelo leste do país.
No domingo, Capriles mudou de planos e anunciou que não se deslocaria à terra natal de Chávez, onde também pretendia iniciar o confronto eleitoral, após uma recomendação da equipa de campanha.
"A nossa Venezuela é suficientemente grande e as ruas são amplas para que todos possamos ocupá-las", disse Capriles, antes de confirmar que hoje estará na cidade de Maturín, no leste do país.
O anúncio foi feito depois de Maduro ter acusado o líder da coligação da oposição de direita de "provocação" e de iniciar a campanha "enviando uma mensagem de violência".
Na segunda-feira, enquanto os apoiantes de Capriles também se mobilizavam na capital venezuelana, o Grupo de trabalho do Fórum de São Paulo promoveu também em Caracas uma reunião extraordinária para uma homenagem póstuma a Chávez e para exprimir um "apoio decidido" a Maduro, ex-vice-presidente e atual chefe de Estado interino, definido pelos organizadores como "o candidato da esquerda e do socialismo".
Em julho de 2012 Caracas acolheu o Fórum de São Paulo, que na ocasião exprimiu o seu apoio a Chávez para as eleições presidenciais de outubro desse ano e onde o líder venezuelano, que faleceu em 5 de março, garantiu a sua terceira reeleição consecutiva para 2013-2019, após derrotar Capriles.
A Venezuela vai assistir entre 2 e 11 de abril à primeira campanha desde 1998 sem a presença de Chávez, que chegou ao poder em 1999 e desde então garantiu a vitória nas presidenciais de 2000, 2006 e 2012, quando já tinha sido detetado o cancro na zona pélvica que acabou por vitimá-lo.
Uma sondagem divulgada em finais de março pelos 'media' venezuelanos fornecia a Maduro 53% das intenções de voto, contra 35% para Capriles. Em outubro de 2012 Chávez garantiu 55,07% dos votos, enquanto o candidato da oposição conservadora e governador do estado de Miranda registou 44,31%.
O vencedor das eleições de 14 de abril concluirá o mandato 2013-2019, que se iniciou em 10 de janeiro, mas para o qual Hugo Chávez nunca chegou a tomar posse.