"A escolha feita pelos europeus não é de modo algum participar nesta guerra, mas reconhecê-la e nomeá-la. Onde muitas vezes vejo hipocrisia, especialmente no continente africano (...) é não se saber qualificar uma guerra e desconhecer quem a iniciou", disse o Presidente francês numa conferência de imprensa conjunta em Yaoundé com o seu homólogo camaronês, Paul Biya..Emmanuel Macron iniciou esta terça-feira, nos Camarões, uma deslocação de quatro dias pelo continente africano, que o levará depois ao Benim e Guiné-Bissau, que acontece na mesma altura em que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia também visita quatro países africanos..Esta viagem permitirá ao Presidente francês reafirmar o seu "compromisso com o processo de renovação da relação da França com o continente africano", explicou em Paris a Presidência francesa..Na conferência de imprensa conjunta com o Presidente camaronês, Macron sublinhou que a União Europeia tinha decidido "fazer tudo para parar esta guerra sem participar nela e sancionar a Rússia para bloquear o seu esforço de guerra e isolá-la diplomaticamente", citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).."É aqui que precisamos de si, porque senão este padrão irá acontecer uma e outra vez", disse Macron a Biya, acrescentando: "Esta não é a ordem internacional que queremos, que se baseia na cooperação e no respeito pela soberania de cada país"..O Presidente francês disse que a França era "o país que mais se comprometia com os Estados africanos, a seu pedido, pela sua segurança", mas "num quadro claro, a pedido de um Estado soberano e para combater o terrorismo"..A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro e a ofensiva militar já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior..A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.