Machete: "Santana cria condições para PSD voltar ao governo"
"Pedro Santana Lopes é seguramente o candidato à presidência do PSD com o perfil mais adequado para liderar uma oposição eficaz ao governo PS e aos partidos de extrema esquerda que o apoiam." Quem o garante é o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que será o presidente da Comissão de Honra de Santana Lopes.
Na declaração enviada ao DN, Machete afirma ainda que, com o ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, se criam "as condições para que o PSD regresse ao governo e possa retomar a construção em Portugal de uma sociedade mais aberta, com maior igualdade de oportunidades e socialmente mais justa".
A juntar-se à lista de apoiantes de Santana, cuja candidatura à liderança do PSD será oficialmente apresentada no próximo sábado, fora de Lisboa, revelou esta noite na SIC, Marques Mendes, contam-se ainda outros nomes relevantes da estrutura social-democrata. Teresa Morais, vice-presidente do PSD e a escolha do partido para o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações (cujo nome foi, no entanto, rejeitado pelo PS), e Fernando Negrão, ministro da Segurança Social quando Santana liderava o governo e da Justiça na última legislatura de Passos Coelho, também apoiarão o antigo líder do partido.
Rui Machete é um dos fundadores do PSD e ocupou por diversas vezes cargos ministeriais, tendo sido vice-primeiro-ministro no governo de Bloco Central liderado por Mário Soares e assumido as pastas da Defesa, Justiça e Assuntos Sociais em diferentes governos. Numa das últimas declarações públicas, uma entrevista à Rádio Renascença, em 2016, lançou algumas críticas à gestão política do seu partido. "Não é preciso grandes discursos, mas as pessoas têm de saber que há alternativas. Muitas vezes dá a sensação que se tem um certo mutismo", afirmou.
Em entrevista ao DN na semana, Teresa Morais reafirmou a sua admiração pela liderança de Pedro Passos Coelho, mas reconheceu que "o PSD tem alternativas, umas mais qualificadas do que outras", sublinhando "ter bem presente quem é que nos últimos anos, durante o anterior governo e o tempo em que fiz parte desta direção, ajudou o partido e quem é que o prejudicou".
Ainda sem a apresentação formal da candidatura e menos de uma semana passada sobre o dia 10, em que assumiu que avançaria contra Rui Rio, o ex-provedor e antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de 61 anos, já soma, assim, importantes apoios dentro do partido. Incluindo ainda o de Miguel Relvas, que na primeira entrevista televisiva desde que abandonou a vida política defendeu que o PSD "necessita de ser recriado" e o próximo presidente tem de ser capaz de o unir. E declarou: "Naturalmente que votarei em Santana Lopes."
Ontem, no seu espaço habitual de comentário, Luís Marques Mendes também elogiou o "talento fora do vulgar" de Santana Lopes. "Ainda sem ter apresentado a sua candidatura formalmente, esteve durante uma semana seguida na liderança mediática, a ser notícia, a antecipar-se, a distribuir charme e simpatia, a marcar a agenda. É obra", salientou o comentador.
Quanto a Rui Rio, que avançou oficialmente na quarta-feira, considera que "essencialmente cumpriu", na apresentação da sua candidatura, apesar de "muito prejudicado pelo dia, o da divulgação da acusação a Sócrates". Mendes, que também já liderou o partido, entre 2005 e 2007, não arrisca um vencedor, sublinhando que "vão ser eleições muito disputadas".