Luta pelo PSOE: barões socialistas preferem Patxi López a Sánchez

Ex-secretário-geral deve anunciar decisão dentro de uma semana. Susana Díaz já tem o apoio de históricos do partido
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A apresentação da candidatura de Patxi López à liderança do PSOE poderá vir a transformar as primárias socialistas numa eventual guerra a três, caso Susana Díaz e Pedro Sánchez também entrem na corrida. Mas são já muitas as vozes próximas do ex--secretário-geral que lhe pedem que abdique a favor do antigo presidente do País Basco.

O primeiro apelo de união foi feito no domingo pelo próprio Patxi López, que pediu a Sánchez para se juntar ao seu projeto. Numa conversa telefónica tida no dia anterior, segundo o El Mundo, Sánchez disse a López que "não faz sentido haver três candidatos", depois de este lhe confidenciar que ia avançar para a liderança. As primárias para escolher o novo secretário-geral serão em maio e o congresso que consagrará o novo líder terá lugar nos dias 17 e 18 de junho.

Na verdade, são mais os pontos que unem do que os que separam estes dois homens - o alinhamento político entre Patxi e Sánchez durou toda a liderança do ex-secretário-geral. Fez parte da comissão executiva desde o início, votou ao lado do líder no comité federal de 1 de outubro a favor de um congresso extraordinário imediato e na reunião seguinte, já após a demissão de Sánchez, fez parte dos 41% que se mostraram contra a abstenção à investidura de Rajoy.

E agora a balança parece pender para o lado do basco, com a maior parte dos barões do partido leais a Sánchez - como a presidente das Baleares, Francina Armengol, os secretários-gerais do PSOE de Madrid, Sara Hérnandez, Castela e Leão, Luis Tudanca, País Basco, Idoia Mendia, e La Rioja, César Luena - a instarem o antigo líder do partido a desistir de participar nas primárias. "Pedro Sánchez tem muito futuro, mas tenho as minhas dúvidas de que agora seja o seu momento e já lho disse", disse na segunda-feira à rádio Onda Cero Francina Armengol, sublinhando que Sánchez e López "têm a mesma ideia política sobre o PSOE". Fontes próximas do ex-secretário-geral diziam ontem ao El Mundo que este tornará pública a sua decisão "dentro de uma semana".

O terceiro vértice deste triângulo é Susana Díaz, a maior opositora de Sánchez dentro do partido. Cautelosa como sempre, a presidente da Andaluzia não pretende mudar para já o seu calendário público, apesar de o seu número dois, Juan María Cornejo, admitir ao El País que "tem convites para participar em atos em quase todos os territórios".

Certo é que José Luis Zapatero já deu a entender que apoiará Díaz, embora respeitando a decisão de Patxi López. "O que penso sabe-o muito bem a presidente da Andaluzia e seguramente que vocês o adivinham", disse na segunda-feira aos jornalistas o antigo primeiro-ministro.

Fontes socialistas confirmaram ao jornal ABC que Alfredo Pérez Rubalcaba, o antecessor de Sánchez à frente do PSOE, irá dar o seu apoio público a Susana Díaz num evento em Cádis no próximo dia 28.

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