Luso-americanos fortes nos estados, mas não a nível nacional

Os eleitores luso-americanos são uma força em estados como Rhode Island e Massachusetts, mas "dificilmente" conseguirão afirmar-se a nível nacional, defende o analista Ruy Teixeira.
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Analista sénior do "think tank" Center for American Progress e da Brookings Institution, Teixeira é filho de um ex-funcionário da Embaixada de Portugal em Washington e visita regularmente as comunidades portuguesas e também Portugal, cuja política segue.

Enquanto minorias como os judeus ou os ítalo-americanos conseguem uma influência decisiva na política nacional, "nunca se ouve ninguém falar dos portugueses", sublinha.

Os censos norte-americanos apontam para a existência de cerca de um milhão de portugueses e lusodescendentes no país, estando as maiores concentrações na Califórnia, Rhode Island e Massachusetts.

Nestes estados, a comunidade luso-americana tem "alguma influência", dado o seu peso demográfico, que não tem nacionalmente.

"A expressão numérica da comunidade não é grande, e tende a estar concentrada nalguns sítios, mas mesmo nestes casos o seu número não é enorme", afirma.

O último Congresso, tinha três parlamentares lusodescendentes, dois eleitos pela Califórnia, um pelo partido republicano e dois pelo democrata, que presidiram ao grupo ("caucus") de eleitos nacionais.

Este grupo incluía ainda eleitos por estados onde os luso-americanos são parte importante do eleitorado, principalmente do nordeste do país.

Rhode Island é talvez aquele em que o peso é maior, havendo vários representantes eleitos no Congresso estadual, mas trata-se de um Estado pequeno que não é importante para as sondagens, afirma o analista do Center for American Progress.

Também quanto a uma possível afirmação futura a nível nacional, Teixeira diz estar "cético".

"É difícil ver de onde viria essa afirmação e o que a motivaria", disse à Lusa.

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