Lula recebeu suborno em dinheiro vivo, diz Odebrecht
Lula da Silva recebeu em dinheiro vivo uma parte dos oito milhões de reais, cerca de 2,3 milhões de euros, que lhe pagou a Odebrecht, construtora cujos executivos assinaram com a Polícia Federal um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, que investiga a corrupção na Petrobras. Foi o próprio Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo preso desde junho do ano passado, quem o afirmou às autoridades, segundo a revista IstoÉ.
As transferências desse valor, umas em espécie outras por via bancária, foram efetuadas sobretudo em 2012 e 2013, já depois de Lula ter saído da presidência (foi presidente de 2002 a 2010), e diretamente do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o gabinete da empresa destinado a pagamentos de subornos a políticos. O que despertou a atenção da Polícia Federal, de acordo com a IstoÉ, publicação semanal hostil ao Partido dos Trabalhadores (PT), é se, como alega a defesa de Lula, esse valor era relativo a palestras efetuadas pelo ex-presidente, porque parte foi paga em dinheiro vivo?
O acordo de delação premiada de Odebrecht e de mais 81 executivos da empresa é considerado o maior do mundo deste tipo, com batalhões de advogados envolvidos e a produção de 300 anexos citando políticos de todos os partidos no Congresso, num total de 100 parlamentares e 20 governadores e ex-governadores estaduais.
Entretanto, na madrugada de quinta para sexta-feira, Lula disse que está a ser vítima "de um pacto diabólico". Para o ex-presidente "a operação faz mal à polícia federal e ao Ministério Público que têm muita gente séria".
Em São Paulo