Lula aceita convite de Dilma e vai chefiar Casa Civil

Lula ganha imunidade judicial que lhe permite ser julgado apenas pelo Supremo Tribunal
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Foi num reunião no Palácio da Alvorada que Lula da Silva aceitou o convite de Dilma Rousseff para assumir a chefia da Casa Civil.

A informação foi avançada pelo líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Afonso Florence, e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães.

O ex-presidente reuniu-se com Dilma e com os ministros Nelson Barbosa (Economia) e Jaques Wagner, que deixará assim o comando da Casa Civil, um cargo equivalente ao nosso primeiro-ministro.

Lula levará com ele uma equipa para o governo, esta contará com nomes como Celso Amorim para as Relações Exteriores. Não está ainda descartada a substituição de Aloizio Mercandante na Educação.

No Governo, o ex-presidente ganhará prerrogativa de "foro privilegiado", isso significa que, em caso de denúncia, a ação tem de ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), saindo da alçada de Moro, considerado implacável com investigados pela Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção, desvio de dinheiro e branqueamento de capitais.

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O processo aberto em São Paulo, relacionado com a aquisição de um apartamento no Guarujá, está nas mãos da juíza Maria Priscilla Ernandes, mas a magistrada pediu a transferência do processo para o juiz Sérgio Moro, titular do 13.º Tribunal Penal Federal de Curitiba, que deverá decidir agora se o assume ou não, informaram fontes judiciais.

A procuradoria de São Paulo acusou Lula de Silva de alegado branqueamento de capitais mediante ocultação de património e falsificação de documentos em relação a um apartamento situado na praia de Guarujá, que estava em nome de uma empresa de construção de civil envolvida no escândalo de corrupção da empresa petrolífera estatal brasileira Petrobras.

Os procuradores pediram também prisão preventiva para o ex-presidente por considerarem que pode interferir na investigação se continuar em liberdade.

Sérgio Moro é responsável pelo caso Petrobras, uma investigação paralela e independente à que está a ser feita em São Paulo, mas têm elementos comuns.

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