Que tipo de informação é mais procurada na Pordata? A informação mais procurada está muito ligada à vida das pessoas: remunerações, salário mínimo nacional, taxa de inflação, PIB, desemprego, população (densidade populacional, esperança de vida, taxa de natalidade)..Quem são os principais utilizadores: investigadores, jornalistas? A Pordata é um portal de livre acesso e, como tal, não recolhe informação sobre os seus utilizadores. Temos no entanto, através de ferramentas online, alguma informação agregada sobre os utilizadores (que em 2019 ascenderam a 1,4 milhões). A maioria dos utilizadores têm entre 25 e 44 anos e são do género masculino. Os dados são utilizados para investigações académicas, trabalhos jornalísticos, mas também por decisores políticos e pela sociedade civil. Ao fim de dez anos, a Pordata tornou-se uma fonte de informação na qual os portugueses confiam. E numa época de desinformação e de fake news, nunca foi tão importante poder confiar na fonte de informação e construir opinião com base em dados concretos e credíveis..Quais são as áreas que sentem estar mais a descoberto a nível de tratamento de dados? O tratamento de dados envolve conteúdos e tecnologias. Nos conteúdos, a Pordata está em melhoria contínua e identificamos como áreas a desenvolver a curto prazo: território, biodiversidade, economia circular, infraestruturas de apoio social, designadamente creches e lares, habitação e alimentação. A nível das tecnologias, os avanços recentes permitem melhorias nas formas de visualização de dados, de publicação de infografias e retratos e na comunicação a novos públicos..Qual é o orçamento anual? Tem sido de um milhão de euros..Maria João Valente Rosa, a anterior diretora da Pordata, era uma demógrafa, Luísa Loura é das matemáticas e das estatísticas, significará uma mudança na filosofia da base de dados? Não. A filosofia da base de dados está, e vai manter-se, em linha com o objetivo para que foi criada. Acesso a informação rigorosa e devidamente documentada sobre temáticas de interesse geral que estão, por sua vez, organizadas em subtemas. Trata-se de um edifício que se foi consolidando e crescendo ao longo de dez anos e é uma referência incontornável para a sociedade. A missão da Pordata mantém-se, independentemente da mudança de perfil da liderança. Tem uma estrutura bem organizada, que o público percorre de forma fácil e intuitiva, pelo que se não se anteveem alterações, apenas uma ou outra melhoria operacional pontual..Quais são os novos projetos? Abraçar o desafio de dirigir a Pordata é algo que faço com sentido de responsabilidade. Estou muito empenhada em valorizar este projeto que sempre admirei e fui acompanhando de fora. A grande novidade em 2020 é a organização do ciclo de conferências Pordata Nós, Portugueses, que tem como objetivo envolver os portugueses num debate e numa reflexão sobre aquilo que somos..Há evolução no tratamento de dados das instituições portuguesas? Qual é o setor mais deficitário? Tem havido evolução na relação da Pordata com as instituições, ou seja, nas formas como estas nos disponibilizam os dados, as melhorias têm sido claras..Quais são as dificuldades de uma base de dados como a Pordata? Para se conseguir o rigor e a qualidade dos dados que constam dos seus três mil quadros (muitos com um longo histórico de mais de 50 anos) há que dedicar uma cuidada atenção a todos os passos até à publicação de um número: recolha junto da entidade produtora, ver os detalhes metodológicos, atualizar a metainformação, analisar eventuais discrepâncias com dados anteriores e articular com as entidades produtoras para que o processo fique fechado. Colaboram com a Pordata cerca de 60 entidades, cada uma tem uma estrutura de dados própria, que temos de conhecer bem: desde o relatório da Conta Geral do Estado aos sites do Banco de Portugal e do INE, passando pela consulta em Diário da República do valor mínimo das pensões.