Luís Filipe Vieira suspenso pelo Conselho de Disciplina

O presidente do Benfica castigado com 90 dias devido às críticas dirigidas a Fábio Veríssimo, após o jogo com o FC Porto das meias-finais da Taça da Liga. Encarnados anunciam que vão recorrer
Publicado a
Atualizado a

O Conselho de Disciplina decidiu esta terça-feira suspender Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, por 90 dias, na sequência de um processo disciplinar instaurado após as críticas do líder encarnado à arbitragem da meia-final da Taça da Liga com o FC Porto, realizado a 22 de janeiro, em Braga, que terminou com o triunfo dos dragões por 3-1.

"Quando alguém, com uma televisão à frente, é arbitro e não consegue saber se é fora de jogo ou não. Se não consegue saber, no lance do primeiro golo do F.C. Porto, se é falta ou não, este homem não pode arbitrar mais", disse Vieira em relação ao trabalho do árbitro Fábio Veríssimo, que nessa partida foi videoárbitro.

Entretanto, numa nota publicada no site oficial, o Benfica anuncia que vai recorrer deste castigo para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) por considerar este castigo "totalmente injustificável", até porque, defende, "os erros foram reconhecidos pelo próprio Conselho de Arbitragem, que levou ao próprio pedido de paragem de atividade por parte do árbitro e VAR daquela partida, perante tamanho escândalo que ocorreu".

Os encarnados denunciam ainda uma "óbvia dualidade de critérios" em relação a outros casos que envolvem o FC Porto, considerando por isso estar a ser alvo de uma "perseguição oficiosa e constante" por parte do Conselho de Disciplina da FPF, que diz estar a ser dirigido com "total descontrolo" expresso em "peças processuais que recorrem a argumentos absurdos, erróneos e sem qualquer tipo de sustentação, mas, mais grave, com permanente dualidade de critérios, e em que idênticas situações têm decisões contrárias".

Leia o comunicado do Benfica na íntegra:

"Confrontados com o castigo inqualificável aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a Luís Filipe Vieira, o Sport Lisboa e Benfica informa:

1. Irá de imediato recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) por considerar totalmente injustificável este castigo, que, recorde-se, surge na sequência de declarações proferidas após o jogo da meia-final da Taça da Liga entre o SL Benfica e o FC Porto e tendo em conta uma arbitragem com erros reconhecidos pelo próprio Conselho de Arbitragem, que levou ao próprio pedido de paragem de atividade por parte do árbitro e VAR daquela partida, perante tamanho escândalo que ocorreu.

2. Denunciamos a óbvia dualidade de critérios desta decisão comparativamente a outros processos, nomeadamente no que se refere a dois recentes processos em que estiveram em causa declarações do Diretor de Comunicação do FCP, que, face a idênticas exposições nos termos legais, foi objeto de diferente apreciação por parte dos relatores daquele órgão.

3. Também denunciamos a permanente omissão de posições do Conselho de Disciplina da FPF face às constantes declarações de responsáveis do FCP como no recente exemplo do Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do clube, que considerou que tinha chegado o momento "para se fazer justiça pelas próprias mãos". Reiterando uma postura daquele órgão de fingir que não ouve, lê ou sabe o que é dito nas mais diversas plataformas por responsáveis do nosso clube rival, ao contrário da perseguição oficiosa e constante de toda e qualquer pessoa ligada ao Sport Lisboa e Benfica.

4. Esta decisão, nesta altura, fase decisiva das competições, tem claramente um carácter provocador e perturbador, por parte de um órgão (Conselho de Disciplina) pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, completamente desnecessário e ao qual saberemos responder com a serenidade exigível, deixando a garantia a todos os milhões de Sócios, adeptos e simpatizantes do Sport Lisboa e Benfica que nada nem ninguém nos fará desviar do nosso foco, que é a luta pela conquista do Campeonato.

5. O total descontrolo com que o Conselho de Disciplina tem sido dirigido, com peças processuais que recorrem a argumentos absurdos, erróneos e sem qualquer tipo de sustentação, mas, mais grave, com permanente dualidade de critérios, e em que idênticas situações têm decisões contrárias, é o mais nefasto dos contributos para uma entidade que devia pautar a sua conduta pelo mais escrupuloso rigor e não pela ânsia permanente de ter um protagonismo de todo desajustado.

6. Por último, o Sport Lisboa e Benfica remete para posterior reunião dos seus órgãos sociais a eventual tomada de outras posições que se considerem adequadas."

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt