Luis de Guindos contra um "brexit à la carte"
O ministro das Finanças espanhol espera que corra tudo bem com a nova Administração norte-americana de Donald Trump, até pela influência que a economia norte-americana tem no resto do mundo, Espanha incluída. Num encontro com correspondentes estrangeiros Luis de Guindos não se mostrou alarmado com o impacto que as medidas do futuro presidente dos Estados Unidos podem ter nos outros países e lembrou que "a economia norte-americana é bastante fechada, mais preocupada com o que acontece dentro do seu território do que fora".
O titular das Finanças espera "uma Administração mais ligeira" com Trump como presidente com "uma redução de impostos e aumento das despesas com infraestruturas. Mas lembrou que "às vezes as expectativas e a realidade não coincidem" e entre os possíveis pontos negativos da próxima Administração apontou "o aumento de medidas protecionistas".
Sobre a situação da economia espanhola De Guindos acredita que se vai manter a tendência positiva de crescimento no último trimestre do ano, com um aumento de 0,7% ou 0,8% em relação ao trimestre anterior. Está confiante nos futuros acordos com Ciudadanos, PSOE e PNV no Parlamento para aprovar o Orçamento porque "ninguém quer eleições antecipadas".
Ente os efeitos negativos da crise o ministro das Finanças reconhece que Espanha perdeu influência dentro da UE. "Perdemos o nosso representante no BCE por causa do acordo de cavalheiros existente", sublinhou. Percebe que exista ainda mal-estar na sociedade espanhola porque o contexto económico foi muito negativo. "Espanha perdeu 3,5 milhões de postos de trabalho e mais de 9 pontos do PIB. São efeitos piores do que uma guerra", afirmou.
Em relação ao impacto do brexit, o ministro das Finanças lembra que agora está a ser negociado o divórcio. "Quem mais tem em jogo é o Reino Unido" e avisa os britânicos que não podem esperar "um brexit à la carte". Admite que as entidades competentes estão a preparar-se para atrair capital financeiro da City.
No dia em que De Guindos fez este encontro com os jornalistas soube-se que o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar comunicou ao atual chefe do governo, Mariano Rajoy, a sua renúncia ao cargo de presidente honorário do Partido Popular. Mantém-se apenas como militante.
Em Madrid
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