Luís Bernardo explica o Gabinete de Crise e defende Vieira

Diretor de comunicação diz que o presidente encarnado "não se escondeu atrás de críticas a treinadores e jogadores, nem hibernou para aparecer com graçolas nos momentos de vitórias"
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O diretor de comunicação do Benfica explicou esta segunda-feira na BTV o funcionamento do Gabinete de Crise montado pelo clube da Luz na sequência dos casos que visam os encarnados.

Segundo Luís Bernardo, essa estrutura "não anda a fazer denúncias anónimas ou a controlar o que os jornalistas fazem", referiu, em resposta à notícia veiculada esta semana pelo semanário Expresso de que as autoridades judiciais desconfiam que é o Benfica quem está por detrás das denúncias anónimas que têm chegado nos últimos tempos à Procuradoria-Geral da República (como a da alegada tentativa de suborno do FC Porto ao guarda-redes do Marítimo Amir Abedzadeh).

"[O Gabinete de Crise] É uma estrutura criada para fazer o acompanhamento diário e permanente de tudo o que sai em relação a este caso dos emails. É composta por elementos dos gabinetes de Comunicação, Jurídico e também da equipa de advogados que tem acompanhado todo este processo, liderada pelo dr. João Correia. A grande preocupação do Gabinete são aspetos jurídicos, não é andar a fazer denúncias anónimas ou a controlar o que os jornalistas fazem - isso é completamente falso e absurdo. Se existe alguma suspeita sobre o modus operandi, fazemos aqui um convite para que estejam presentes numa das nossas reuniões para perceber o trabalho meticuloso que fazemos. Estamos a lidar com um crime extremamente complexo, como é o caso do cibercrime", referiu Luís Bernardo ao canal televisivo do Benfica.

"Vejamos o que está em causa: houve ou não houve um roubo de toda a correspondência privada do Benfica dos últimos 10/11 anos? Houve, ninguém tem dúvidas! Quem é que foi o porta-voz desse roubo? O diretor de comunicação do FC Porto foi a primeira pessoa a aparecer, no Porto Canal, a relatar o conteúdo do teor de alguns emails, o que é um crime. Também temos assistido a blogues afetos ao FC Porto e ao Sporting a divulgarem sistematicamente essa correspondência, alguma de teor pessoal. Eu pergunto: para as fontes da justiça não há nada de suspeito nesta situação?", questionou o diretor de comunicação encarnado.

"As evidências são óbvias, só não vê quem não quer. A quem interessava o roubo? Isto acontece por acaso? Mas estamos a brincar? Ninguém percebe? O Gabinete de Crise foi criado para que uma instituição como o Sport Lisboa e Benfica se possa defender com total transparência", acrescentou, direcionando críticas para os rivais FC Porto e Sporting: "Todo este ambiente surge numa fase histórica em que o Benfica acabava de ganhar o tetracampeonato, sendo também o clube mais sólido a nível financeiro. O FC Porto está intervencionado pela UEFA, o Sporting está com dificuldades para pagar um empréstimo obrigacionista e por meio de uma análise rigorosa à sua contabilidade percebe-se que há ali o risco de insolvência. Em termos de infraestruturas de futuro, o Benfica tem uma série delas programadas. O Sporting não tem, procura ganhar o próximo Campeonato para salvar uma situação caótica. Tudo isto levou, como se sabe, a uma espécie de união de esforços entre aqueles clubes. E os factos vêm demonstrar que há aqui um nexo de relação."

Vieira "não se escondeu nem hibernou"

O diretor de comunicação encarnado saiu também em defesa do presidente Luís Filipe Vieira e da sua atuação nesta fase, com indiretas aos presidentes dos dois clubes rivais. "Estamos muito focados nas duas finais que faltam. Toda a nossa atenção deve estar centrada nesse aspeto. Por isso o presidente fez questão de dar todo o apoio aos jogadores nesta fase difícil. As boas lideranças assumem-se principalmente nos momentos difíceis, não é só nos bons momentos, com uma palavra de apoio e incentivo, não se escondendo atrás de críticas a treinadores e jogadores, ou hibernando para aparecer com graçolas nos momentos das vitórias", referiu.

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