Lucro do Santander Totta mais do que duplica para 385,1 ME até setembro

O total de crédito a clientes ascendeu a 43.500 milhões de euros, representando uma descida de 0,1%, face ao mesmo período de 2021.
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O Santander Totta teve lucros de 385,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mais do dobro do que os 172,2 milhões do mesmo período de 2021, divulgou hoje o banco em comunicado.

O banco explicou que, "no período homólogo, o resultado líquido foi de 172,2 milhões de euros, quando se registou no primeiro trimestre um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquido de impostos), para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia".

Já o produto bancário ascendeu a 933,6 milhões de euros, entre janeiro e setembro, com as comissões a atingirem 358,6 milhões de euros.

Relativamente aos custos operacionais, estes fixaram-se em 364,5 milhões de euros, o que representa uma redução de 13,6%, comparativamente aos primeiros nove meses de 2021.

No período em análise, o total de crédito a clientes ascendeu a 43.500 milhões de euros, representando uma descida de 0,1%, face ao mesmo período de 2021.

No segmento de crédito hipotecário, a carteira cresceu 6,7%, em termos homólogos, "refletindo o dinamismo na produção de novos créditos habitação, onde o banco mantém uma quota de mercado de 23,7% (valores acumulados a agosto)", referiu o banco.

No que diz respeito aos depósitos de clientes, o valor ascendeu a 39.300 milhões de euros, tratando-se de um crescimento de 3,6% face ao período homólogo.

O Banco Santander ganhou 7.316 milhões de euros entre janeiro e setembro, um novo recorde para o período e acima das previsões dos analistas, bem como mais 25% que os lucros alcançados em 2021.

Num comunicado enviado ao supervisor do mercado espanhol, no terceiro trimestre, o lucro atribuível do banco foi de 2.422 milhões de euros, mais 2%, depois de incorporar um encargo líquido de 181 milhões de euros para a nova regulamentação da moratória hipotecária na Polónia.

O banco continuou a basear grande parte dos seus resultados na sua forte atividade comercial, apesar da incerteza prevalente nos mercados, disse o Santander, acrescentando que os fundos dos clientes atingiram um novo recorde e ascenderam a 1,13 biliões de euros, mais 4%, graças ao crescimento de 6% dos depósitos.

A inflação provocou um aumento geral dos custos (+6% em euros constantes); contudo, em termos reais (ou seja, líquidos de inflação) os custos foram 5% mais baixos graças às melhorias de produtividade do grupo.

Os empréstimos aumentaram 7% para 1,04 biliões, impulsionados pelas hipotecas e o crédito ao consumo, que cresceram 7%, e os empréstimos às empresas, que aumentaram 6%.

A morosidade de toda aquela carteira melhorou 10 pontos em termos homólogos, para 3,08%, o que o banco atribui ao bom desempenho da Europa e do Banco Digital do Consumidor, com um rácio de cobertura de 70%.

O custo do risco aumentou três pontos base no trimestre para 0,86%, devido a provisões mais elevadas, que incluem encargos por incertezas macroeconómicas.

A atividade comercial, bem como a subida das taxas de juro no Reino Unido, na zona euro, na Polónia e noutros locais, impulsionou as receitas líquidas de juros do banco em 8% para 28.460 milhões de euros no final de setembro.

O rendimento líquido das taxas e comissões aumentou 7% graças a volumes mais elevados e à melhoria da atividade, elevando o rendimento total para 38.629 milhões de euros.

As provisões para perdas em empréstimos aumentaram 17% em euros constantes devido à libertação de provisões do segundo trimestre de 2021 e à normalização das provisões nos Estados Unidos.

A diversificação geográfica continuou a ajudar o crescimento por mais um trimestre e protegeu as suas contas, em certa medida, de "cenários adversos", permitindo-lhe enfrentar os efeitos indiretos do conflito na Ucrânia "de forma resiliente", explica o banco, que não tem "qualquer presença ou exposição direta na Rússia e na Ucrânia".

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