Lucas Papademos é o novo primeiro-ministro grego

O ex-presidente do Banco Central Europeu vai liderar o novo governo grego, anunciou hoje a Presidência da República, pondo fim a uma negociação que se arrastava desde segunda-feira.
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"O Presidente deu ao senhor Papademos mandato para formar governo", disse a presidência, em comunicado.

Papademos deverá agora liderar um governo de unidade nacional, com ministros do partido socialista e do partido conservador, a ND, da oposição de direita, e substituiu no cargo Georges Papandreou, o primeiro-ministro cessante, que se demite a meio do mandato de quatro anos.

O novo governo, que deverá ficar em funções até as eleições antecipadas, previstas para 9 de Fevereiro de 2011, tem agora como funções descongelar a sexta 'tranche', no valor de oito mil milhões de euros, do resgate internacional à Grécia e reforçar a manutenção do país na Zona Euro.

O novo governo da Grécia vai tomar posse na sexta-feira, às 14:00 horas de Atenas (12:00 de Lisboa), estando já terminadas as conversações para constituir um executivo de unidade nacional, anunciou também a presidência grega.

Papademos: Euro garante "estabilidade monetária" do país

O novo primeiro-ministro indigitado da Grécia, Lucas Papademos, defendeu hoje a presença do país na Zona Euro e disse que os "enormes" problemas gregos só se resolvem com cooperação entre os partidos políticos.

"A economia grega enfrenta enormes problemas, apesar dos enormes esforços feitos (...) A Grécia está num cruzamento decisivo", disse Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, nas primeiras declarações aos jornalistas depois de ter sido hoje nomeado como novo primeiro-ministro do governo interino grego.

"O caminho a seguir não vai ser fácil", acrescentou o responsável, que considerou a presença da Grécia na Zona Euro como um fator que facilitará o ajustamento económico do país.

"Estou convencido que a participação no euro é uma garantia de estabilidade monetária e um fator de estabilidade económica", disse o novo primeiro-ministro, momentos depois do Presidente da República grega o ter confirmado como o sucessor do chefe do executivo cessante, Georges Papandreou.

Apesar das eleições antecipadas gregas estarem marcadas para 19 de Fevereiro de 2011, segundo anunciou o ministério das Finanças do executivo cessante, Papademos disse hoje que a data "é um ponto de referência" e que não está ainda confirmada nenhuma data para o acto legislativo.

"O novo governo é um governo de transição, encarregado de aplicar o acordo de 26 de Outubro e todas as políticas que daí decorrem", disse ainda o novo chefe do Executivo grego, referindo-se ao acordo entre os 17 Estados da Zona Euro, que perdoa cerca de metade da dívida externa grega e atribui ao país um resgate de mais 130 mil milhões de euros, mas exige a Atenas mais medidas de austeridade, sendo que os dois anos de aperto de cinto que o país já leva causaram a recessão e provocaram a queda do executivo de Papandreou.

A declaração da presidência da República que hoje nomeia Papademos não refere nenhuma data para as eleições antecipadas.

A ractificação do acordo de Outubro deverá permitir a Atenas receber a sexta 'tranche' - de oito mil milhões de euros - do primeiro resgate grego, que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional congelaram, apesar da Grécia ter dito que só tem dinheiro até meados de Dezembro.

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