Londres vai construir casas sem paredes, soalhos ou pintura

Projeto deixa aos futuros donos ou arrendatários as obras de pintura de paredes ou montagem dos soalhos.
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O presidente da Câmara de Londres vai subsidiar a construção de habitações "nuas", de tão austeras, para as tornar acessíveis aos jovens adultos numa capital onde o preço das casas é muito elevado.

Chão, paredes e tetos sem revestimento, ausência de paredes interiores ou quaisquer elementos decorativos, canalização básica, casa de banho e um simples lavatório de cozinha caracterizam o projeto de novas construções - dirigido aos chamados millennials - que Sadiq Khan vai financiar com quase 600 mil euros e que, segundo o autarca, representarão o maior projeto de construção habitacional em Londres.

Para construir essas casas com um custo estimado de menos 40% face ao normal, a autarquia vai disponibilizar três espaços camarários de garagens e parques de estacionamento abandonados. Se o projeto inicial de 22 casas se revelar um sucesso, serão disponibilizados sete novos locais para o mesmo efeito, indica o jornal Guardian.

Os promotores do projeto são quatro adultos na casa dos 30 anos, sem rendimentos suficientes para adquirir uma casa em Londres, onde o preço médio das habitações ronda atualmente os 683 mil euros.

Os preços das futuras casas a construir em Enfield, a norte de Londres, deverão variar entre 176,5 mil e os 400 mil euros. "A ideia é retirar tudo o que as pessoas não querem" à partida, disse ao jornal britânico um dos promotores do projeto, Simon Chouffot.

Como "as pessoas querem fazer algum" do trabalho de construção da sua própria casa, "conseguimos torná-las acessíveis ao deixar" que elas se responsabilizem pela escolha e montagem do soalho ou, por exemplo, pela cor e pintura das paredes, adiantou Simon Chouffot.

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