Londres lança app para europeus que queiram ficar no Reino Unido
Após uma fase de testes, realizada entre novembro e dezembro com 30 mil pessoas, funciona a partir desta segunda-feira a aplicação DV-2019 UK/British. Cerca de 3,5 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido e caso queiram continuar terão de requerer o estatuto de residente permanente para poder continuar a trabalhar e/ou receber prestações sociais quando o país tiver saído da União Europeia.
O Ministério do Interior britânico informou que pretende simplificar tanto quanto possível o procedimento. Na app (que ainda não funciona no iPhone) os utilizadores são convidados a tirar uma foto do seu passaporte e outra do rosto para confirmar a sua identidade.
De seguida são direcionados para um site no qual têm de indicar o seu endereço, bem como concordar com uma auditoria da situação fiscal para confirmar seu endereço. Por fim, os utilizadores devem declarar o seu registo criminal. Uma condenação pode resultar na rejeição do pedido.
Após uma fase de testes da aplicação, realizada entre novembro e dezembro com 30 mil pessoas, o Ministério anunciou os primeiros resultados: 81% dos pedidos foram processados em uma semana. Se nenhum pedido foi recusado, quase 10% deles ficaram sem resposta três semanas após o final do teste. "Desde o início é para nós evidente que é nossa prioridade assegurar os direitos dos cidadãos europeus a viver no Reino Unido. Estamos no bom caminho", declarou a secretária de Estado da Imigração, Caroline Nokes.
Antes de saber que o governo de Theresa May decidira acabar com o pagamento da taxa de 73,7 euros, Chai Patel, filantropo e dirigente da ONG JCWI disse: "Os cidadãos da UE que não pagarem para requerer o estatuto de residente permanente até 2021 perderão o direito de viver no Reino Unido e ficarão sem documentos (...) E com 3 a 4 milhões de pessoas que precisam de se registar, isso significa criar dezenas ou centenas de milhares de imigrantes indocumentados de um dia para o outro. Os pobres, os idosos e aqueles com doenças ou deficiências serão particularmente afetados, pois o governo não está a reservar recursos suficientes para ajudá-los", disse ao Guardian.