"Lixo da esgotoesfera". Ex-ministro nega caso com Michelle Bolsonaro

Boato de envolvimento do deputado Osmar Terra com a primeira-dama partiu de notícia de revista política. Assunto mais comentado das últimas horas na rede social Twitter no país, revoltou os apoiantes do governo mas entreteve os opositores.
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Osmar Terra, ministro da Cidadania demitido por Jair Bolsonaro no início do mês passado, veio a público desmentir os rumores de um caso extra-conjugal com a primeira-dama Michelle Bolsonaro, tornado público após artigo na revista política IstoÉ. O assunto é um dos itens mais comentados ao longo das últimas horas no Brasil em redes sociais como o Twitter, com opositores ao governo a confessarem divertimento pela notícia e apoiantes a repudiarem o seu teor.

"A matilha se superou, também me agredindo e àquilo que tenho de mais sagrado: a minha família e a minha integridade moral. É o lixo da 'esgotosfera' nas redes e em setores da imprensa. Não conseguirão nos constranger", disse Osmar Terra, político de 70 anos do MDB, o partido do ex-presidente Michel Temer, de quem também fora ministro, entretanto regressado à condição de deputado federal.

A repercussão dos rumores e do desmentido de Terra - até agora, nem Michelle nem Jair Bolsonaro comentaram - colocou o nome da primeira-dama e do ex-titular da Cidadania entre os mais nomeados do Twitter. E também as suas alcunhas pejorativas: a Michelle, a oposição chama de "Micheque", por ter sido destinatária de um cheque no caso de corrupção envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, e a Terra de "Terra Plana", por supostamente acreditar na teoria do terraplanismo, como uma parte dos apoiantes do governo.

O rumor teve origem numa pequena nota da coluna do jornalista Germano Oliveira, diretor da Isto É, revista generalista especializada na atualidade política de Brasília, fundada em 1976.

Segundo a nota, sob o título "o esforço de Bolsonaro para vigiar a mulher de perto", publicada na edição de 21 de fevereiro, "Michelle Bolsonaro, de 37 anos, demonstra certo desconforto no casamento. Foi sozinha à festa de casamento da deputada Carla Zambelli, na sexta-feira 14. Na véspera do Natal, resolveu fazer uma cirurgia nos seios, e o marido viajou para a praia na Bahia. Nos últimos meses, viajava sozinha pelo país com o ministro Osmar Terra , que acaba de cair. Agora, Bolsonaro resolveu vigiá-la de perto e instalou-a na Biblioteca do Planalto".

O contexto da notícia era a criação de uma sala, com direito a casa de banho privativa, para abrigar o programa Pátria Voluntária, liderado por Michelle no âmbito do ministério da Cidadania. Essa sala obrigaria à retirada de livros da Biblioteca do Planalto - uma medida, dada a repercussão negativa, descartada depois por Bolsonaro.

No seguimento da notícia foi especulado que Michelle, Terra e o ministro que acabou por substitui-lo na pasta, Onyx Lorenzoni, assistiram a um filme sobre a ida do homem à lua sem a presença de Bolsonaro, que preferiu ir a um jogo de futebol em julho, mês em que, segundo os mesmos rumores, a aproximação entre primeira-dama e ministro se acentuara.

Eleito praticamente sem tempo de antena na televisão, por pertencer na época a um partido pequeno, o PSL, Bolsonaro já admitiu ter chegado à presidência em parte graças às redes sociais. A sua candidatura é, no entanto, acusada de contratar empresas para disseminar fake news - sendo que o exemplo considerado mais paradigmático foi o de que Fernando Haddad, candidato rival pelo PT, tencionava fabricar biberãos em forma de pénis para combater a homofobia caso fosse eleito.

O reverso da medalha, além da notícia do caso extra-conjugal não provado de Michelle Bolsonaro, já havia surgido também em forma de rumor de caráter familiar, com a disseminação de notícias sobre uma suposta relação homossexual de Carlos Bolsonaro, o segundo dos cinco filhos do presidente, com um primo. Haddad, numa troca de acusações com Carlos no Twitter, chegou a usar esse rumor para atacá-lo.

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