Livro de Kate McCann revela tendências suicidas
No novo livro, intitulado "Madeleine", de que alguns trechos são hoje publicados pelo 'The Sunday Times', Kate McCann conta a história do desaparecimento da filha e revela a angústia sofrida, não só pela ausência de Madeleine, como também pelos boatos que puseram em dúvida a versão dos pais.
Contrariando relatos de pessoas que não a conheciam, mas que a descreveram como "fria e incapaz de emocionar-se", a mãe de Madeleine conta que sofreu ataques nervosos diante dos amigos que viajaram para Portugal para a acompanhar e sentiu mesmo tendências suicidas.
"Sentia uma vontade imensa de me lançar ao mar e nadar o mais rápido possível para longe da costa até à exaustão e deixar que a água me engolisse para aliviar finalmente aquele tormento", conta Kate McCann, que via a dor física como "a única forma de escapar à dor que sentia internamente".
McCann confessa que com o desaparecimento da criança imaginou as coisas mais terríveis, para desespero do seu marido, Gerry McCann, cuja capacidade de se "desligar" parecia mostrar insensibilidade.
"Às vezes parecia-me ofensivo que [Gerry] não parecesse sofrer tanto a perda. Quando ele propunha que fizéssemos algo de agradável eu punha-me a chorar", escreve a mãe de Madeleine, que acrescenta que até conseguir sentir "qualquer prazer" passou muito tempo.
"Não queria ver televisão, ler um livro, ouvir música... Como poderia sentir prazer se me faltava a minha filha?", afirma Kate McCann, que publica este livro para financiar a campanha 'Find Madeleine'.