Lisboa cria agência de empregabilidade para ajudar residentes mais vulneráveis
A Câmara Municipal de Lisboa apresentou esta quinta-feira o projeto Porta Aberta, uma agência de empregabilidade direcionada aos cidadãos da área metropolitana em situação social mais frágil.
Nesta iniciativa serão integradas pessoas consumidoras de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas, cidadãos em situação de sem-abrigo, trabalhadores do sexo e migrantes [mesmo que se encontrem em situação documental irregular], que "terão aqui o primeiro passo para reconstruir a sua autonomia e independência económica enquanto membros da sociedade", afirmou Manuel Grilo, o vereador lisboeta da Educação e Direitos Sociais.
"Temos orgulho de estar aqui hoje no lançamento daquela que será uma das respostas mais inovadoras que existe na cidade de Lisboa. As políticas públicas no combate à desigualdade têm de ir mais longe e é para isso que aqui estamos. Precisamos de iniciativas que, mais do que combater a desigualdade, garantam a igualdade de acesso aos direitos sociais. É isto que o Porta Aberta, esta Agência de Empregabilidade, quer garantir", acrescentou o vereador do Bloco de Esquerda.
Este projeto vai ser executado pela BADL - Bairros Associação de desenvolvimento Local - um grupo de organizações sociais que surgiu no contexto do processo de renovação do bairro da Mouraria, e vai focar a sua intervenção em cinco áreas fundamentais: colocação direta no mercado de trabalho, estágios de integração profissional, colocação no mercado de trabalho em funções desenhadas à medida, atividade ocupacional e criação de autoemprego.
Destina-se a pessoas com um nível de autonomia e competências compatíveis com as exigências atuais do mercado de trabalho (incluindo ações de formação).
Destina-se a pessoas com um nível de autonomia e competências muito próximo das exigências atuais do mercado de trabalho, e serve, simultaneamente, para as entidades acolhedoras conhecerem melhor as competências dos potenciais futuros trabalhadores.
Destina-se a pessoas com níveis de autoestima reduzidos associados a um elevado estigma social, que não se enquadram no funcionamento atual do mercado de trabalho, mas com efetiva capacidade de trabalho regular. Exige uma negociação direta com a entidade acolhedora para desenhar e propor postos de trabalho que se adequem ao grupo alvo, em função das suas competências e necessidades específicas.
Destina-se a pessoas com níveis de autoestima reduzidos associados a um elevado estigma social, mas disponíveis para desenvolver atividades ocupacionais em troca de um pagamento pelas mesmas, ainda que não estejam preparadas para assumir um compromisso de trabalho regular.
Destina-se a pessoas que identifiquem uma oportunidade de gerar rendimento através de uma atividade independente, ou da criação de uma estrutura económica viável. Exige acompanhamento e mentoria do projeto pelo técnico de emprego e/ou parceiros dessa área de especialidade.
A Porta Aberta, Agência de Empregabilidade conta com um financiamento de 150 mil euros da Câmara Municipal de Lisboa, além da disponibilização de um equipamento municipal.
"Esperamos que o Porta Aberta seja o primeiro de muitos projetos que respondem a uma etapa da integração social que muitas vezes é ignorada pelas respostas sociais existentes. Todos e todas têm direito a mostrar do que são capazes e de receber por isso. Às vezes precisam da nossa ajuda, e é para nós uma honra poder ajudá-las", concluiu Manuel Grilo.