Lisboa avança com rastreio aos olhos dos diabéticos
A região de Lisboa vai finalmente avançar com o rastreio organizado da retinopatia diabética, uma das complicações mais frequentes da diabetes e que até aqui não estava a ser adequadamente vigiada nesta região. De acordo com um comunicado da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Até ao final do ano, vão ser rastreados mais cerca de 60 mil diabéticos, aumentando para 118 mil a cobertura anual.
A retinopatia diabética é uma complicação da doença que tem consequências a nível vascular. Assim, os diabéticos tendem a ficar com os vasos sanguíneos mais fragilizados, que vão rompendo. Em última análise poderão mesmo perder a visão se não forem observados atempadamente. Esta patologia é mesmo a principal causa de cegueira evitável entre os 20 e os 64 anos. Estima-se que um em cada dez pessoas com diabetes tenham perda de visão e que 5,2% estejam cegos.
Lisboa era uma das regiões com menor cobertura deste exame. Até aqui, a região do Oeste já beneficiava de rastreios, promovidos pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP). Aos sete agrupamentos de centros de saúde já abrangidos vão agora juntar-se outros quatro: o ACES Estuário do Tejo, Lisboa Ocidental, Oeiras e Lisboa Norte.
Os utentes serão chamados anualmente ao centro de saúde para realizar a retinografia evitando-se assim idas aos hospitais e tratamentos dispendiosos por apenas se detetar o problema numa fase tardia.
São parceiros da ARSLVT neste programa as autarquias, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e a Escola Superior de Tecnologias de Saúde de Lisboa. Esta primeira fase acabará pode deixar metade dos diabéticos da região com acompanhamento na área ocular.