Lisboa, museu onde as paredes da rua são obras de arte

Em diversos espaços da capital há paredes pintadas, O DN mostra-lhe a rota do coletivo de artistas da Underdogs.
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Se o artista A ou B está na cidade - digamos Lisboa - não temos de nos cruzar com a sua obra, basta não entrarmos na galeria ou museu onde expõe. Mas se este pinta a fachada do prédio onde se ouve um dos moradores dizer "Eu preciso de saber qual é o nome do artista porque o meu filho está emigrado e eu quero mostrar-lhe",o caso é diferente. Foi o que aconteceu nas Olaias com o polaco Sainer, em abril. É um prédio de 12 andares onde agora figura uma senhora velha, de carteira moderna e, no dedo indicador esquerdo, um anel com um boneco de neve (assinatura de Sainer). Tem um chapéu com orelhas de coelho (outra assinatura sua) que lhe encima, sem tocar, a cabeça, fuma um cigarro através de uma boquilha e parece ignorar-nos tanto a nós como ao cão e ao pato que a acompanham naquela gigante parede em que Sainer, elevado por uma grua, fez - sem qualquer projeção prévia - um desenho em que a mão da sua personagem era duas vezes o seu tamanho.

Sábado à tarde em Lisboa, portanto feita museu onde as paredes das ruas são obras e o céu é teto. A parede de Sainer é uma das estações de uma rota que, por esta altura, já tinha parado por outras tantas. Estamos a bordo da Underdogs PublicArt Tours, uma visita de cerca de três horas que a plataforma Underdogs, dirigida pela dupla Pauline Foessel e o artista urbano Vhils (Alexandre Farto), organiza desde março.

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