Linklater sem rei nem roque

Todos Querem o Mesmo, Richard Linklater
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Richard Linklater, que no filme anterior, Boyhood (2014), tinha deixado o seu protagonista no início da vida académica, volta a esse exato contexto para o reproduzir noutra época e com outros jovens. O ano é 1980, e os novos protagonistas - um grupo de rapazes jogadores de baseball - estão a poucos dias de começar as aulas na faculdade. Sem qualquer noção disciplinar no horizonte, e muito menos a supervisão dos adultos, o cenário está aberto à loucura e ao discurso hormonal desenfreado da juventude.

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Já se tinha visto algo semelhante em Dazed and Confused (1993), também do realizador texano, mas desta vez não se vislumbra o carisma que enriqueceu essa obra de culto, com talentos a brotar como Ben Affleck, Matthew McConaughey ou Adam Goldberg. O elenco de Todos Querem o Mesmo, formado por principiantes, não tem manobra para dar sinais de virtude, de tal modo as personagens são estereotipadas. Linklater não soube regressar a um retrato já tão bem fixado... E nem a deleitosa sonoridade de Pink Floyd ou Blondie suporta a falta de textura deste vacilante trabalho de reminiscência geracional.

Classificação: **

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