O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, disse à agência Lusa que na reunião realizada hoje em Rio Maior ficou claro que se o Ministério da Saúde persistir com a atitude que vem demonstrando no grupo de trabalho criado para rever o regulamento do transporte de doentes, os bombeiros poderão vir a "radicalizar" posições.."Não desejamos, não queremos", disse, mas a LBP pode "abandonar as negociações a qualquer momento" se persistir o "desrespeito pelos parceiros" que tem vindo a ser demonstrado pelo Ministério da Saúde..Frisando as dificuldades que estão a ser criadas pelas dívidas de "milhões de euros" do Ministério da Saúde às corporações de bombeiros do país, Marta Soares lamentou a atitude que aquele organismo do Governo tem vindo a ter no grupo de trabalho..Segundo disse, além de só ter nomeado o seu representante no fim do prazo dado para a produção de uma proposta (60 dias), o Ministério da Saúde tem demonstrado uma atitude de "desrespeito para com quem sempre revelou sentido ético e de procura de um entendimento"..Marta Soares referiu em concreto o facto de, apesar das reservas demonstradas junto do Ministério quanto ao representante nomeado para o grupo de trabalho, que classificou como "persona non grata", este continuar a participar "com falta de postura ética"..Por outro lado, referiu "algum desnorte" na articulação entre o Ministério da Saúde e a Assembleia da República, por causa de uma portaria sobre isenções de alvarás feita "à revelia do grupo de trabalho"..O presidente da LBP afirmou que os bombeiros apenas querem criar condições que garantam a sustentabilidade financeira das corporações, dentro das dificuldades do país, referindo que "em qualquer parte do Mundo" os custos são "muito mais elevados" que em Portugal..Marta Soares sublinhou que a atual situação, ainda mais com largas camadas da população a terem cada vez menos condições para pagar, pode levar "à rutura", impedindo os bombeiros de responder às necessidades dos portugueses..O grupo de trabalho para rever o regulamento de transporte de doentes não urgentes, criado no início de agosto, integra, além da LBP e do Ministério da Saúde, também o Ministério da Administração Interna e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).