Lidl, aumenta (novamente) todos os operadores de loja e entreposto

Há vários anos que a cadeia de distribuição pratica valores acima dos definidos pelo Governo. Em 2023 o valor praticado será de 820 euros, 60 euros a mais do decretado.
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O Lidl acaba de anunciar que, no próximo ano, o salário mínimo praticado pela empresa em Portugal será de 820 euros, ou seja, 60 euros acima dos 760 euros decretados pelo Governo. Uma decisão que representa um investimento total de 8,4 milhões de euros, dos quais mais de 93% são destinados aos colaboradores de lojas e entreposto. Com uma nota. Se no valor se incluir o investimento por progressão nos respetivos escalões, este sobe para os 9,5 milhões de euros.

Mas esta não é uma decisão nova. Há vários anos que a empresa toma a mesma resolução, devidamente inserida numa política de valorização dos seus recursos humanos. Que tem por base, revela Maria Román, administradora de RH do Lidl Portugal, "garantir o nosso posicionamento como um dos melhores empregadores do setor do retalho no país, não só em termos de salário tangível, mas também nas condições de trabalho que oferecemos".

Uma política que vai além dos salários - embora, claro, estes sejam importantes. E que tem por base a noção de que "as condições de trabalho não se resumem apenas à evolução salarial", pelo que a empresa tem-se empenhado em oferecer condições que permitam vínculos laborais estáveis, a par da evolução profissional. Condições essas que passam, claro, por uma remuneração digna em todos os escalões - o valor base para 2023 representa um aumento de 22% face ao salário praticado a 2021- mas, também, pela implementação de um programa de flexibilização de horários em toda a sua operação. Com o nome de Flex permite, segundo a diretora de RH, fazer "uma melhor gestão da vida pessoal dos nossos colaboradores das lojas e entrepostos", acrescentando que é precisamente "por ter este Flex que não temos "banco de horas" pelo que essa opção, recentemente assinada pela APED no contexto do contrato coletivo de trabalho, não encaixa na nossa conjuntura".

O objetivo é um e apenas um: garantir que "todos os colaboradores têm vindo a ter as suas condições salariais melhoradas, seja por aumento da retribuição, por prémio ou por acréscimo salarial nos escalões em que se encontram". A par de uma estabilidade profissional. Isto porque o Lidl orgulha-se de oferecer contratos sem termo em todas as funções. A única exceção revela Maria Román acontece em picos de trabalhos pontuais. "Apostamos na promoção interna das pessoas, de forma a continuarem a sua progressão connosco. Ou seja, não se trata só do salário, mas também de outros benefícios", acrescenta. E é aqui que entram outras regalias como o seguro de saúde com extensão ao agregado familiar - independentemente da sua carga horária - e do pagamento de subsídio de refeição a rondar os 150 euros mês por colaborador.

É com base nesta política que o Lidl não só garante a retenção dos mais de 8200 funcionários - distribuídos pelas suas 270 lojas, quatro entrepostos e serviços centrais e regionais - como crescer em novos postos de trabalho. A previsão para este ano, segundo a diretora de RH é de 120 novos postos de trabalho, "valor que exclui o recrutamento em loja, pois um dos nossos grandes investimentos desde janeiro tem sido no aumento da carga horária destes colaboradores".

"Acreditamos profundamente que são as nossas pessoas que fazem do Lidl a empresa que é, todos os dias", afirma Maria Román. E é com base nesta máxima que a empresa define e implementa políticas de recrutamento e retenção dos seus ativos. "O foco nos nossos colaboradores e em proporcionar-lhes condições de trabalho estáveis, face aos diferentes contextos socioeconómico que atravessamos, tem sido o nosso princípio orientador neste âmbito", aponta a diretora de RH, acrescentado que "sempre que possível, procuramos oferecer condições que nos permitam diferenciarmo-nos no setor onde atuamos, posicionando-nos como uma empresa de referência".

E os resultados estão à vista. Este ano o Lidl foi o único retalhista em Portugal a receber a certificação Top Employer, que distingue as empresas com as melhores práticas de Gestão de Recursos Humanos.

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