Líderes europeus aprovam estatuto de candidato à União Europeia para Ucrânia e Moldova
Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) concordaram hoje em atribuir o estatuto de candidato à Ucrânia e também à Moldova, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falando num "momento histórico".
"Acordo. O Conselho Europeu acaba de decidir dar o estatuto de candidato da UE à Ucrânia e à Moldova", anunciou Charles Michel na rede social Twitter.
E vincou: "É um momento histórico. Hoje assinala-se um passo crucial no seu caminho em direção à UE".
Também através do Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou num "dia bom para a Europa", saudando a aprovação dos líderes europeus.
Já o primeiro-ministro português, António Costa, disse que foi "muitas vezes incompreendido" por dizer que a União Europeia não podia gerar "falsas expectativas" aos países candidatos.
"Eu fui muitas vezes incompreendido por ter chamado várias vezes a atenção de que a União Europeia tinha que ter o sentido da responsabilidade e compreender que não pode gerar falsas expectativas. No passado e no presente, temos pago um custo elevado na credibilidade da união Europeia", afirmou aos jornalistas, em Bruxelas, frisando que a Ucrânia "é o último país a quem a União Europeia pode frustrar nas suas expectativas".
"A confiança que nos merece, o trabalho desenvolvido pela comissão, tem que se traduzir num trabalho muito sério ao longo dos próximos anos, tendo em vista que não tenhamos com a Ucrânia uma reunião como aquela que tivemos hoje, durante toda a manhã, com os países dos Balcãs Ocidentais", acrescentou.
Após a 'luz verde' acordada pelos líderes dos 27 no primeiro dia do Conselho Europeu que decorre em Bruxelas, o Presidente ucraniano juntou-se por videoconferência aos trabalhos, indicaram fontes diplomáticas, acrescentando que Volodymyr Zelensky afirmou que os ucranianos "acenaram bandeiras europeias em cada cidade, em cada trincheira" e continuarão a fazê-lo "durante a reconstrução".
A decisão dos chefes de Estado e de Governo da UE ocorre menos de uma semana depois de a Comissão Europeia ter adotado recomendações no sentido de ser concedido o estatuto de países candidatos à adesão à Ucrânia e Moldova e dada "perspetiva europeia" à Geórgia, parecer também hoje adotado pelos 27.
Os três países solicitaram a adesão já depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, tendo Kiev sido a primeira capital a fazê-lo, quatro dias a seguir ao início da ofensiva militar russa, enquanto Moldova e Geórgia apresentaram as suas candidaturas em março.
As atenções estavam inevitavelmente centradas na decisão sobre a Ucrânia, e a concessão do estatuto de candidato já era considerado um dado adquirido sobretudo desde que, há precisamente uma semana, os líderes das três maiores economias da União -- o chanceler alemão Olaf Scholz, o Presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro italiano Mario Draghi -- se deslocaram a Kiev para expressar em conjunto o seu apoio à concessão do estatuto com efeito "imediato".