Líder do ranking fez história em Roland-Garros pelas piores razões

Pela primeira vez a número um da hierarquia feminina, no caso a alemã Angelique Kerber, perdeu na ronda inaugural do torneio. Ekaterina Makarova é a mulher do momento
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Angelique Kerber não viveu uma sensação nova no final da primeira ronda de Roland-Garros depois de ter perdido diante da russa Ekaterina Makarova com o duplo parcial de 6-2 e 6-2. Também no ano passado perdeu no primeiro jogo, na altura diante da holandesa Kiki Bertens.

De um ano para outro a diferença é grande, pois a alemã agora é a líder do ranking feminino, o que conseguiu com todo o mérito após um 2016 de enorme sucesso desportivo com vitórias no Open dos Estados Unidos e no Open da Austrália, levando-a a destronar a norte-americana Serena Williams, agora de fora dos courts por estar prestes a ser mãe.

O que Angelique Kerber fez ontem foi história, pois nunca uma líder do ranking feminino tinha sido afastada na primeira ronda. O mais parecido aconteceu em 2004 e 2014 quando, respetivamente, Justine Henin e Serena Williams, ambas líderes da hierarquia, abandonaram Paris à segunda ronda.

Esta derrota de Kerber frente à 40.ª do mundo nem pode ser vista como uma enorme surpresa, pois a germânica vinha de duas derrotas consecutivas, em Roma e em Madrid, e nos confrontos com a russa tem vantagem mas o histórico nada tem de desequilibrado (sete vitórias para Kerber e cinco para Makarova).

No final, Kerber surgiu perante os jornalistas e não fugiu ao seu mau momento de forma. "A pressão existe sempre. É normal que neste ano as expectativas em relação a mim sejam ainda maiores, em especial nos grandes torneios. E eu própria tenho grandes expectativas relativamente ao meu rendimento porque eu sei o que posso fazer e sei perfeitamente que posso voltar a mostrar o ténis que exibi no ano passado. Tenho, agora, de me encontrar e esquecer os torneios de terra batida o mais rapidamente possível e recomeçar a ganhar o mais rapidamente possível nos torneios com a superfície de relva", disse a alemã.

Ekaterina Makarova, que vai tentar, finalmente, ultrapassar a quarta ronda em Roland-Garros - o seu máximo pessoal -, valorizou a sua adversária. "Foi muito difícil. Ela é a número um e é uma grande tenista mas eu sabia que podia vencê-la. Tive de manter uma luta interior com as minhas emoções", revelou a russa de 28 anos, que amanhã vai defrontar a ucraniana Lesia Tsurenko, 42.ª da hierarquia. Nas duas vezes que se defrontaram - em Miami no ano passado e na Austrália em 2011 - Makarova levou sempre a melhor.

Número um em risco

A eliminação precoce em Roland-Garros pode custar a liderança do ranking a Angelique Kerber. Tudo agora vai depender do que fizer a checa Karolina Pliskova. Caso seja, pelo menos, finalista, Pliskova será a nova número um do mundo mas se não chegar ao encontro decisivo há outra ameaça para Kerber, no caso a romena Simona Halep, que para ser a líder do ranking tem de vencer Roland-Garros - e esperar que Pliskova não atinja a final.

Estreia de João Sousa

O português João Sousa, a rubricar uma temporada aquém das expectativas, estreia-se hoje na edição de 2017 de Roland-Garros.

O número 57 do mundo defronta o sérvio Janko Tipsarevic, 61.º colocado ATP, num duelo que está agendado para as 11.30, hora portuguesa.

Tipsarevic já foi número oito do mundo e nunca defrontou João Sousa, o melhor de sempre da história do ténis português.

Caso siga em frente, João Sousa terá pela frente, muito provavelmente, o ex-número um do mundo, o também sérvio Novak Djokovic, que antes, porém, terá de se desenvencilhar do espanhol Marcel Granollers.

Contudo, antes, Tipsarevic é o alvo a abater.

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