Líder do Pegida em tribunal sob acusação de racismo

Dirigente da extrema-direita, que já foi condenado no passado por vários crimes, arrisca pena até cinco anos de prisão.
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O dirigente e um dos fundadores do movimento de extrema-direita alemão Pegida foi ontem ouvido num tribunal de Dresden sob acusação de racismo, podendo ser condenado a uma pena de prisão entre três meses e cinco anos.

Lutz Bachmann, de 43 anos, chegou ao tribunal, acompanhado pela mulher e outro elemento do Pegida, todos com óculos escuros retangulares semelhantes às faixas negras que os media estão obrigados a utilizar na Alemanha para esconder o rosto de suspeitos em certos casos. O recurso a esta encenação foi interpretado pelos media como uma provocação a estes e ao tribunal.

Bachmann está a ser ouvido na sequência de mensagens no Facebook em que descreveu os refugiados como "escumalha", "gado" e "lixo". O líder do Pegida, condenado em anteriores ocasiões por tráfico de droga e roubos, nega ser racista e diz-se preocupado com a Alemanha. Segundo ele, o país está ameaçado pela chegada em massa de refugiados de países muçulmanos.

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O Pegida, cuja sigla em alemão significa Patriotas Europeus Contra a Islamização do Ocidente, surgiu em em finais de 2014 exatamente como movimento anti-imigração e anti-islâmico, realizando manifestações em várias cidades alemãs, designadamente em Dresden, onde o grupo teve origem. Após algum sucesso inicial, tendo as manifestações, habitualmente realizadas ao anoitecer e às segundas-feiras, chegado a contar com a participação de dezenas de milhares de pessoas, o Pegida tem vindo a perder capacidade de mobilização. No dia anterior à presença de Bachmann em tribunal, uma iniciativa em Dresden reuniu apenas três mil manifestantes, refere a Reuters, citando media locais.

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