A Grécia e os credores não devem chegar a um acordo sobre os progressos do programa de resgate antes da reunião dos ministros das Finanças da zona euro de segunda-feira. A garantia foi dada ontem pelo presidente do Eurogrupo, que afirmou que a situação da dívida grega não é uma "crise aguda". O governo de Alexis Tsipras tem um entendimento diferente sobre este prazo, mostrando-se otimista sobre um desfecho positivo, mas garantindo que não aceitarão mais austeridade.."As pessoas pensam que porque há um Eurogrupo na próxima semana temos de ter tudo resolvido. Mas esse nunca foi o meu calendário. É impensável", declarou ontem Jeroen Dijsselbloem à televisão holandesa, deixando mais uma vez claro que "o FMI também de estar a bordo". A Grécia precisa de receber uma nova tranche do seu empréstimo de 86 mil milhões até julho, para evitar entrar em default..União Europeia e Fundo Monetário Internacional têm estado em desacordo sobre as metas fiscais da Grécia, com o FMI a colocar como condição da sua participação neste programa de resgate que credores concordem com um alívio da dívida. De Holanda e Alemanha, países cujos governos enfrentam grandes desafios eleitorais neste ano, já vieram avisos de que sem o FMI poderão deixar de ajudar Atenas..Jeroen Dijsselbloem afirmou ontem que os chefes de missão da UE e do FMI primeiro devem voltar a Atenas para acordar as reformas que devem ser adotadas antes de um acordo ser aprovado pelo Eurogrupo. Segundo informação ontem disponibilizada pelo Parlamento Europeu, ontem ontem foi discutida a situação da Grécia, representantes do FMI e da UE vão esta semana à capital grega para finalizar a avaliação do programa de resgate..Falando ontem no Parlamento Europeu, Valdis Dombrovskis, o vice-presidente da Comissão para o Euro, chamou a atenção para o facto de a "conclusão da segunda revisão do programa está numa fase crítica e deve ser feita sem atrasos indevidos de forma a sustentar os progressos que temos verificado nos últimos 18 meses". Para isso, "é crucial que todos os parceiros se mantenham fiéis, para que um pacote de políticas globais possa ser acordado o mais depressa possível", acrescentou o comissário letão. Mas deixou bem claro que não "há espaço para complacências"..Para Atenas uma coisa é clara: o acordo que o governo está atualmente a negociar com os credores não vai incluir um só euro de austeridade adicional, garantiu ontem Dimitris Tzanakopoulos, o porta-voz do executivo liderado por Alexis Tsipras. "Posso garantir ao povo grego que este governo está a trabalhar muito e a tentar alcançar um acordo que não inclua mais austeridade", disse por diversas vezes..Mais otimista que Dijsselbloem, este responsável disse que era possível um desenvolvimento positivo até segunda-feira "desde que as expectativas sejam confirmadas nos próximos dias e que todos os lados envolvidos no programa grego adotem uma posição positiva"..Tzanakopoulos sublinhou que este otimismo do governo é impulsionado por novos elementos que "redefinem a realidade e criam a possibilidade de uma solução de compromisso dentro do prazo", acrescentando que esse é o objetivo de Tsipras e que o executivo vai usar nas negociações os valores da Comissão Europeia, não os do FMI..Hoje é esperada em Atenas a visita de Pierre Moscovici. Oficialmente, o comissário dos Assuntos Económicos vai à capital grega para receber um título honoris causa, mas aproveitará a viagem para se encontrar com Alexis Tsipras e o ministro das Finanças Euclid Tsakalotos, num esforço para desbloquear as negociações..Líder da oposição em Berlim.Com a uma sondagem publicada na segunda-feira, feita pela Universidade da Macedónia e divulgada pela Skai TV, a dar uma vantagem de dois dígitos à Nova Democracia (33%) em relação ao Syriza (16,5%) e com um em cada três gregos a querer que o governo se demita, Kyriakos Mitsotakis, o líder conservador esteve ontem em Berlim, onde esteve reunido, durante 70 minutos, com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. Segundo os media gregos, Mitsotakis aproveitou para apresentar o plano económico da Nova Democracia para a Grécia..Na segunda-feira, Mitsotakis já tinha estado uma hora com a chanceler Angela Merkel, tendo ambos acordado que o lugar da Grécia é na zona euro, tendo o grego chamado a atenção para a necessidade de rápidas reformas, dizendo que o atraso na conclusão da segunda avaliação do programa de resgate grego estava a levar os credores a fazerem exigências absurdas..[artigo:5656918]