Líder do centro-esquerda Bersani anuncia demissão
Bersani disse que se demitiria de secretário-geral do Partido Democrático assim que fosse escolhido o novo Presidente para substituir Giorgio Napolitano.
"Amanhã de manhã (sábado, durante novo voto previsto), vamos abster-nos e organizaremos uma assembleia. Espero que uma nova proposta seja encontrada com as outras forças políticas. Nós sozinhos não podemos encontrar um Presidente da República", disse Bersani, citado pela ANSA.
O até aqui líder do partido que alcançou uma vitória escassa nas eleições legislativas de fevereiro disse não ser capaz de aceitar a derrota da candidatura de Prodi, antecessor de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia.
Prodi obteve 395 votos, que o colocaram distante dos 504 necessários para subir à Presidência.
O dirigente do Partido Democrático tentou eleger antes o ex-sindicalista Franco Marini, através de um acordo com o antigo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e, só então, Romano Prodi, contando com a oposição de vários deputados do seu movimento.
O parlamento italiano iniciou esta semana o processo de eleição do Presidente num contexto de crise política.
O Presidente, Giorgio Napolitano, de 87 anos, termina o seu mandato a 15 de maio e a Constituição prevê que a eleição presidencial seja organizada um mês antes.
O chefe de Estado italiano é escolhido por uma assembleia de "grandes eleitores", constituída pelos 315 senadores, pelos 630 deputados e por 62 delegados das 18 regiões do país, num total de 1.007 votantes.
Nesta última votação, participaram 732 "grandes eleitores".
O candidato do Movimento 5 Estrelas, do ex-humorista Beppe Grillo, o constitucionalista Stefano Rodotà, obteve na quarta votação 213 votos, enquanto a ministra do Interior Anna Maria Cancellieri, apoiada pelo movimento centrista do primeiro-ministro cessante Mario Monti, conseguiu 78 votos.
O antigo primeiro-ministro italiano (centro-esquerda) Massimo D'Alema ficou apenas com 15 votos.